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Prefeito de Maricá fica sem luz após multar e processar Enel
Mais cedo, o chefe do executivo exigiu um plano de contingência para o verão e outro de investimentos, além da suspensão do corte de energia aos inadimplentes
Prefeito de Maricá fica sem luz após multar e processar Enel
Foto do autor Mauro Touguinhó Mauro Touguinhó
Por: Mauro Touguinhó Data da Publicação: 18 de janeiro de 2024FacebookTwitterInstagram
Foto Divulgação

Horas depois de afirmar que multou e vai entrar na justiça contra a Enel pela falta de abastecimento de energia no 3º e 4º distritos e pelo mau atendimento aos clientes,  o prefeito de Maricá, Fabiano Horta (PT), ficou sem luz em casa, no bairro Flamengo, na noite desta quarta-feira (18).

 

 

Em vídeo divulgado no Instagram, ele afirma estar com a luz cortada desde o início da madrugada e reclama do descaso da concessionária.

“Eu estou aqui entrando na minha casa, aqui no Flamengo, e a gente está desde ontem à noite, desde meia-noite e quarenta, uma hora da manhã, sem energia. Está aqui a casa, tudo apagado, olha lá o vizinho, também tudo apagado. Essa infelizmente tem sido a realidade que a gente tem vivido aqui em Maricá, com um descaso de investimento da Enel, uma total falta de compromisso com a população de Maricá”, disse o chefe do executivo.

 

 

Horta ainda lembrou de ter sido procurado pelos moradores e reclamou da falta de investimento da empresa no bairro.

“Hoje eu tive em Itaipuaçu um conjunto de moradores, vem aí fazer um protesto absolutamente legítimo, justo, para que, pedindo ao prefeito, que também intervisse nessa questão em relação ao que está acontecendo em Maricá. Então essa indignação é social, é uma indignação de quem tem visto ao longo dos anos, o total descaso, a falta de investimento, que é a contraposta, muitas vezes com números que não se refletem na realidade, complementou o prefeito”.

O político destacou também que moradores tiveram as mercadorias da geladeira estragadas e informou que vai tomar ações concretas para que a Enel tenha ciência do que está acontecendo no município.

“Dezenas de geladeiras hoje estão com mercadorias estragadas com a compra do mês das pessoas, porque não tem luz em Itaipuaçu há dois dias, três dias, e isso é uma sucessão de dias. Então, ações concretas a gente vai tomar, primeiro na ANEEL, fazendo com que a ANEEL seja um agente que tenha plena ciência do que está acontecendo na cidade de Maricá, no estado do Rio como um todo, mas especialmente na região leste fluminense, em Maricá, Niterói, São Gonçalo”, finalizou.

Pressionado em Itaipuaçu

Mais cedo, ele foi pressionado por moradores durante inauguração de uma unidade de saúde no bairro.

Na ocasião, o chefe do executivo contou que também teve o serviço cortado.

"Eu também fiquei sem luz na minha casa. Vamos criar um posto da defesa do consumidor aqui em Itaipuaçu para realizar ações conjuntas" , disse.

 

 

Ele informou também que a ação civil pública, em preparo pela Procuradoria Geral do Município, poderá levar até a suspensão da concessão à empresa.

"Vou ajuizar uma ação civil pública, contra a Enel pedindo o fim da concessão, vou pedir apoio ao governador, vou fazer um movimento político para isso", afirmou Fabiano Horta.

No processo, a Prefeitura exigirá um plano de contingência para o verão e outro de investimentos. Além disso, ele quer a suspensão do corte de energia aos inadimplentes, por um prazo de 60 dias, sem cobrança posterior de juros e correção, devido aos prejuízos sofridos, como perda de alimentos e de eletrodomésticos.

Fabiano Horta ainda determinou que a ação judicial cobre a solução para os frequentes apagões que, desde meados de 2023, causam transtornos aos moradores e comerciantes.

Diante da gravidade e da persistência dos problemas, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Defesa do Consumidor, abriu, nesta quarta, um processo administrativo e aplicou multa a concessionária no valor de R$ 3,4 milhões.

Antes, já houve multas somando mais de R$ 3 milhões, também seguidas de processos administrativos.

Apagão em Itaipuaçu e São Gonçalo

Maricá e São Gonçalo ficaram no escuro e calor desde o início da semana. O caso virou até piada entre os moradores, que já começam a se antecipar para as falhas no serviço.

 

 

Muitas pessoas dormiram na Praia de Itaipuaçu na madrugada de terça paras quarta-feira para se refrescar, uma vez que não podiam ligar ar-condicionado ou ventilador. 

 

 

Em São Gonçalo, algumas ruas do bairro da Maria Rita estão há nove dias sem energia, problema que começou antes mesmo das chuvas. 

 

 

Em outros bairros como Trindade e Neves, moradores estão no escuro há mais de 24 horas. No dia 13 de janeiro, a população fechou a rua  com barricadas depois de ficarem sem energia elétrica. 

 

 

A Reportagem do jornal A Tribuna RJ entrou em contato com a Enel para cobrar um posicionamento, mas não obteve retorno.

 

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