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A sequência de figuras destacadas com o nome de Gil Amóra se encerrou em Niterói.
Não tenho a biografia do penúltimo Gil, primo de Geographo Amóra. Vim a conhecê-lo aqui na "A Tribuna" onde depositou seu rico acervo, que perdera espaço no Rio com o fechamento da sua revista "Publicidade & Negócios". Era muito documento - e fotos - inclusive exemplares de órgãos de imprensa.
Estávamos no início da década de 70. A diferença de idade não nos permitiu o diálogo de gerações. Ele já havia encerrado a sua carreira e este autor, jovem, estava iniciando a jornada da revolução transformadora de "A Tribuna", sem preocupação com o passado. Perdeu sábio conhecimento que poderia ter usufruído, inclusive para alimentar o desejo de longos anos de se informar sobre a genealogia dos Amóras,
A memória guardou apenas o momento em que ele recordou a importância do Barreto, bairro proletário e de valores políticos e comerciais de sua época, quando liderou um movimento que partiu para o centro de Niterói, fechando todo o comércio.
Os dois primos conversaram sobre fatos épicos na adotiva Niterói e sobre os valores humanos.
Um dos episódios está narrado na abertura do livro "Vultos da Ciência Universal". O suboficial Francelino Mello, "artilheiro emérito, mestre no violão e negro da mais elevada lealdade", recebeu ordem de preparar o canhão 9155 MM-da Fortaleza de Santa Cruz - o único com tal poder - para disparar contra o Forte de Copacabana (1922). Perfilado, disse ao oficial´(...) contra ele não atirarei superior: Pronto, sr. Capitão! Pode mandar fuzilar-me pois lá se encontra (...). Morrerei por ele".
A Fortaleza também não atirou contra o cruzador Tamandaré, onde estavam os golpistas vencidos pela bravura e dignidade do Marechal Lott.