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Parece notícia requentada, mas não é. Moradores de Niterói estão revoltados com a prática dos rolezinhos (passeios em que dezenas de motos rodam juntas sem silenciosos), que assolou a cidade mais uma vez.
O caso aconteceu na madrugada desta terça-feira (16) e tirou o sono de muita gente, entre eles, crianças e idosos.
A TRIBUNA recebeu vídeos dos motoqueiros, circulando em pontos estratégicos da cidade, como a Praia de Icaraí.
Nas imagens, percebe-se que além da falta de silenciosos eles aceleram o máximo para aumentar do volume dos ruídos e gerar insatisfações aos moradores.
Na avenida Roberto Silveira, em Icaraí, a baderna mais uma vez passou dos limites. “Isso aqui é inferno. Fica difícil de dormir, conversar com alguém. Você precisa gritar para falar com a pessoa. É uma falta de respeito! E o pior de tudo que esses caras ficam fazendo barulho por toda a cidade e não levam uma multa sequer”, afirmou um frentista do Posto Domingues de Sá, que optou por não se identificar.
A atitude dos motoqueiros é de descarado deboche contra a cidadania e contra as polícias, como se vivessem blindados pela impunidade.
Na Noronha Torrezão, em Santa Rosa, o problema não é diferente.
Decilmar, que é moradora de um dos prédios residenciais da região, relata que o barulho é insuportável. “Isso é uma doença. Essas motos não deixam ninguém dormir, é uma barulhada só. Assim como eu, ninguém aguenta mais”, contou.
Afinal, quem fiscaliza?
Em dezembro do ano passado, diante de novas práticas de rolezinho, em plena noite de Natal, A TRIBUNA entrou em contato com a Prefeitura de Niterói, Polícia Militar e Detran.RJ. O que se viu nas notas enviadas foi um jogo de empurra.
O Detran-RJ informou que coordena a Operação Siga Legal, do Governo do Estado, com 16 ações de fiscalização de trânsito diárias para coibir, entre outras infrações, a circulação de motos com características adulteradas.
O ruído excessivo em escapamentos de motocicletas é passível de multa, de acordo com o artigo 230, inciso XI do Código de Trânsito. Mas o Detran informou que não realiza abordagem de veículos em movimento.
Já a Polícia Militar, por meio do 12º BPM, afirma que o serviço de inteligência vem monitorando essas atividades. O órgão diz ainda que foi realizado um cerco voltado para esse evento.
A Prefeitura de Niterói informou que ainda que está elaborando um modelo de gestão compartilhada, envolvendo órgãos municipais e estaduais, para fiscalizar a circulação de motocicletas que produzem ruídos acima do permitido por lei. Vale ressaltar que, em paralelo a isso, os órgãos estaduais de segurança seguem responsáveis pela fiscalização de motos com barulho acima do permitido.
Vale lembrar que os moradores da cidade podem acionar a Polícia Militar através do 190 em casos de perturbação da ordem pública ou mesmo em casos de desobediência à Lei do Silêncio, que estabelece limite de horários das 7h às 22 horas e, à noite, em períodos de 22h até 7h. As denúncias podem ser feitas de forma anônima.
Segurança Presente afirma que o patrulhamento será reforçado
Em entrevista a A TRIBUNA, o major Abrahão Clímaco, coordenador do programa Segurança Presente na cidade de Niterói, afirmou que vem trabalhando juntamente com o 12º BPM para resolver os problemas, que frequentemente acontecem fora do expediente dos agentes.
“Diante da repercussão negativa e da solicitação de moradores, a gente vem preparando operações para reprimir esse tipo de desordem, porque ali, pelo que a gente verifica, ocorrem crimes, várias motos sem placa, tem questões administrativas, moto com um cano furado, fazendo barulho, e a direção perigosa, motos empinando, então a gente vai fazer ação para estabelecer a ordem em conjunto.
Lembrando que essas ações vão acontecer em conjunto com o 12º BPM, com o setor de inteligência e com a 76 DPª (Centro de Niterói)”, ressaltou.