Imagem Principal
Imagem
População se queixa de vários crimes em reunião do Conselho de Segurança
Roubos, furtos, drogas, arrombamentos e proibição de acesso à Av. Amaral Peixoto à noite foram relatados
População se queixa de vários crimes em reunião do Conselho de Segurança
Foto do autor Pedro Menezes Pedro Menezes
Por: Pedro Menezes Data da Publicação: 07 de fevereiro de 2024FacebookTwitterInstagram
Fotos: Pedro Menezes

Foi realizada mais uma reunião do Conselho Comunitário de Segurança de Niterói nesta quarta-feira (7).

O Major Peixoto, representante do 12°BPM, expôs que todos os índices caíram em relação ao mês de janeiro do ano de 2023, com exceção do roubo de veículo, onde houve um crescimento de 59%.

Ele explicou que a meta seria o menor número de um mês na história, e por isso seria difícil cumprir. Além disso, ocorreu a explosão de roubo de veículo no último fim de semana, feitos pela mesma quadrilha, que levava os veículos para desmanche na Comunidade Nova Grécia, em São Gonçalo. A quadrilha foi desfeita em apenas dois dias, a partir do trabalho de inteligência da corporação.

"Essas reuniões são importantes para entendermos demandas que são diferentes do que aquelas que estão nos números. E eu conheço os números a fundo. Moro no Recreio dos Bandeirantes, onde a dinâmica das pessoas em situação de rua é bem semelhante à Niterói", disse Major Peixoto em seu discurso.

O Major Clímaco, coordenador do Programa Segurança Presente, chamou atenção para o fato deste ser ano eleitoral, e o fato da operação ser um programa de governo faz com que o Segurança Presente sofra ataques.

Demandas de moradores

Um advogado, que se apresentou como síndico de condomínio na Riodades, sub-bairro Fonseca, Zona Norte de Niterói, se queixou do fato de estar ocorrendo furto de cabos de internet em seu bairro.

"Meliantes roubam os cabos e nós ficamos sem internet. Nós ligamos para a empresa e eles respondem que estão sendo ameaçados por traficantes. Eu nunca vi um traficante nas proximidades do condomínio. Como isso acontece? Vai esperar chegar na Praia de Icaraí para que seja tomada alguma providência?", reclamou o síndico.

Márcio Nalim, comerciante do Centro de Niterói, mostrou-se revoltado pelo fato das leis permitirem a soltura de infratores com dezenas de passagens pela polícia.

"O abandono do Centro da cidade com cada vez mais moradores de rua fazendo de tudo. Não se passa uma madrugada que não tenhamos um arrombamento em Niterói. Muitos consomem a droga a luz do dia. Trocam de roupa", discursou Nalim.

Pegando o gancho da volta às aulas, Isabela Silva, a diretora Colégio Plínio Leite, falou sobre suas demandas.

"Eu poderia trazer milhões de exemplos, mas a minha fala é de mobilização. Nós precisamos pensar no coletivo. A gente precisa entender nossa força como cidadão e como consumidor. Eu sinto um abandono de tudo. Eu também sou moradora do Centro. Temos que ter fóruns de debates para discutir todas essas questões", afirmou a diretora.

Márcio, do sindicato das escolas particulares, disse que o órgão, localizado na Avenida Amaral Peixoto, não consegue mais realizar reuniões à noite.

"Vemos mais uma vez pedir socorro. Nosso sindicato não pode mais fazer evento a noite pois é muito perigoso. As pessoas não podem sair das barcas, e ir até a nossa sede", relatou Márcio.

O novo delegado da 81°DP, Marcos Castro, se apresentou afirmando que Niterói tem um dos melhores times de delegados e policiais do estado, profissionais que já conhece de longa data, e aproveitou para expor sua visão de segurança pública.

"Nós somos as verdadeiras vítimas da sociedade. O resultado da segurança pública não depende apenas das nossas ações. É como se fizéssemos vários gols e o juiz anulasse nosso gol. Mas o juiz, também, só está seguindo as leis feitas pelo Poder Legislativo. Pra isso mudar, a voz da sociedade precisa ser mais forte. Essa reunião precisa cada vez unir mais moradores", disse o novo delegado.

Wendell, representante da Associação de Moradores do Barreto, disse que muitos dependentes químicos vêm de outros municípios para realizarem roubos, e não necessariamente são pessoas em situação de rua.

"Lá no Barreto aparecem pessoas que nunca vimos. Assaltos sendo feitos em frente o Centro Integrado. Até um estupro chegou acontecer ali. O padre da igreja de São Sebastião termina de realizar a missa, chega uma moto, e leva o dinheiro que ele recolheu dos fiéis", reclamou o empresário.

Estiveram presentes também o delegado Marcus Montez, da 79°DP, Henrique Viana, da 77°DP Paulo Brito, inspetor geral da Guarda Municipal e Luciano dos Santos Avelar, Chefe do Observatório de Segurança Pública de Niterói.

Relacionadas