Assinante
O Ministério Público e a Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagraram nesta quarta-feira (24) a Operação Alerta Máximo II, contra integrantes da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP) em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. A ação envolveu cumprimento de mandados de prisão e busca e apreensão. Pelo menos três pessoas foram presas.
De acordo com a 134ª DP (Campos dos Goytacazes), os agentes cumpriram 13 mandados expedidos pela 2ª Vara Criminal de Campos dos Goytacazes. As diligências ocorreram simultaneamente nas localidades de Baixa Grande, Mussurepe, Farol de São Thomé, Caxias de Tocos e comunidade do Carvão, em Campos. Foram realizadas também ações em presídios do município e de Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
As investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (GAECO) revelaram que os criminosos atuavam no tráfico de drogas e realizavam extorsões contra empresários e comerciantes. Eles faziam graves ameaças sob o pretexto de oferecer segurança patrimonial.
Ainda de acordo com o MPRJ, a estrutura da facção era organizada, com divisão de tarefas entre os integrantes. Eles atuavam de modo semelhante a uma milícia privada, mas profundamente ligada ao tráfico de drogas - a chamada narcomilícia.
Durante a operação, os agentes procuraram celulares e outros equipamentos eletrônicos que possam reforçar as investigações. Segundo o MPRJ, os alvos da operação foram denunciados por extorsão, associação criminosa e associação para o tráfico. A ação contou com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI).
De acordo com a denúncia do GAECO, os criminosos exigiam, em média, R$ 500 mensais, mas valor que variava de acordo com o tamanho e o faturamento do comércio. Caso os empresários se recusassem a pagar, eram ameaçados com incêndios ou roubos em seus estabelecimentos.
As extorsões eram reiteradas todo mês, com as ameaças sendo renovadas a cada visita ou ligação dos criminosos, mantendo as vítimas sob constante coação e sem possibilidade de se libertarem do domínio desses indivíduos.
O MPRJ destacou que a região enfrenta uma progressão criminosa preocupante, com a ocorrência de homicídios que teriam sido motivados pela recusa das vítimas em pagar a quantia mensal exigida pelos criminosos.