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Especialistas do Hospital Antônio Pedro dão dicas para curtir o carnaval
Problemas como hipoglicemia, desidratação, intoxicações alimentares e atendimento a vítimas de acidentes de trânsito são os atendimentos mais comuns neste período
Especialistas do Hospital Antônio Pedro dão dicas para curtir o carnaval
Foto do autor Redação Redação
Por: Redação Data da Publicação: 09 de fevereiro de 2024FacebookTwitterInstagram
Foto: Divulgação

Os atendimentos emergenciais mais comuns nesse período de carnaval poderiam ser evitados com medidas simples, como: beber com moderação, não misturar álcool e direção, e não ingerir alimentos que podem oferecer risco à saúde. Mas, por mais simples que pareça, o que ocorre na pratica é justamente o contrário.

Segundo a coordenadora do serviço de clínica médica do Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (Huap-UFF), Karima Bruno: hipoglicemia, desidratação, intoxicações alimentares e atendimento a vítimas de acidentes de trânsito são os atendimentos mais comuns. Por isso é importante ficar atento aos seguintes temas:

BEBIDA ALCÓOLICA

Foto: Divulgação

Para a médica, quando o assunto é ingestão de bebida alcóolica, moderação é a palavra-chave. “Deve sempre ser precedida de uma boa alimentação ou conjunta com uma boa alimentação e bastante água. Principalmente nos dias de calor, não esquecer de manter o nível de água, ou, outros refrescos intercalados com o álcool. 

Depois da ingestão do álcool, repouso e hidratação, em local fresco. Se houver o exagero do álcool, há necessidade de um bom repouso e alimentação adequada. E, que não tenha dias sucessivos de abuso ou de excesso de álcool, ou mesmo, falta de alimentação. Então, o ideal é intercalar dias de folia, com dias de descanso. E, não deixar de se alimentar bem”, salienta Karima.

MEDICAMENTOS PARA PREVENÇÃO E CURA DE RESSACA

Karima defende que não existe pílula mágica: “É uma prática desnecessária, pois o fígado, o estômago e todos os outros órgãos não estarão preparados com uma pílula mágica, para receber a quantidade de álcool, que as pessoas abusivas fazem durante o carnaval. Então, a recomendação é sempre moderação. Para aqueles que não tem moderação, o comprimido seria mais uma coisa para desgastar ou mesmo danificar o organismo, que não vai ter nenhum benefício dele.”.

ALIMENTAÇÃO E HIDRATAÇÃO DURANTE A FOLIA

Que manter uma alimentação saudável é muito importante todo mundo já sabe, mas quando combinado com álcool se torna ainda mais importante. Por isso, Karima alerta: “O que a gente sempre procura lembrar é que frituras ou alimentos expostos ao sol oferecem o risco de perderem a validade, em termos de higiene ou sofrerem algum tipo de ação do sol, que pode torná-los perigosos para a saúde. Então, de preferência a frutos, alimentos frescos, picolé, sorvete. E, se for ingerir alguma coisa, preferir os que já estão processados e não sanduíches que foram feitos naquele minuto, ou que possam ter sido deixados muito tempo ao sol.”.

ÁLCOOL E DIREÇÃO

De acordo com dados da Polícia Rodoviária Federal, durante a Operação Carnaval do ano passado (2023) no Rio de Janeiro: 53 motoristas foram flagrados dirigindo sob efeito de álcool; 3 acidentes com mortes foram registrados; e mais de 4,5 mil autos de infração foram aplicados em rodovias fluminenses.

HEMOCENTRO

O período de imprudência no trânsito pode afetar ainda mais o estoque do Hemocentro do Huap-UFF, que já enfrenta um período de crise. “Nós estamos vivendo uma época de uma grande crise na falta dos hemoderivados, tanto a bolsa de concentrado de hemácias de sangue, de plaquetas e tudo mais estão em grande crise, em todo o estado do Rio de Janeiro. E, para quem puder doar, sempre é importante lembrar as pessoas que vão para o carnaval, que os acidentes são mais frequentes e isso se torna mais graves pelos baixos estoques de sangue em todos os municípios da nossa região. ”, lamenta a especialista em clínica médica.

ISTS

As ISTS são Infecções Sexualmente Transmissíveis, que também englobam os casos em que não há sintomas aparentes, ao menos no começo. O infectologista Hospital Universitário Gaffrée e Guinle da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (HUGG-Unirio), Rogério Motta alerta que a ausência de sinais e sintomas não impede a transmissão para outras pessoas.

Ainda segundo o médico, as ISTS mais comuns e que registram aumento nesse período de folia são: sífilis, gonorreia, uretrite não gonocócica e a infecção pelo HIV. A forma mais eficaz de se proteger dessas e outras ISTS, além de gravidez continua sendo o uso de preservativo.

Nos casos de relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha) está disponível no SUS a profilaxia pós-exposição (PEP, em inglês), que consiste de 2 comprimidos diferentes usados uma vez ao dia por 28 dias. “Deve ser iniciada, no máximo, 72 horas, após a exposição. Quanto menor o tempo de início, menor a chance de infecção pelo HIV. Recentemente também foi descrita a profilaxia pós-exposição para sífilis.”, adverte o infectologista.

USO COMPARTILHADO DE BEBIDAS E BANHEIROS QUÍMICOS

Rogério também chama a atenção para outras formas de transmissão de doenças “O beijo pode transmitir herpes simples, mononucleose infecciosa, infecções respiratórias e mais raramente sífilis. O compartilhamento de bebidas pode transmitir herpes simples, embora com menor probabilidade. O uso de banheiros químicos (que sempre ficam rapidamente em estado lastimável de higiene) pode gerar infecções bacterianas que geram diarreia e vômitos, além de Hepatite A.

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