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Policiais da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) de São Gonçalo prenderam nesta sexta-feira (12/09) Geyse Coelho Alves de Souza, de 35 anos, acusada de queimar as mãos da própria filha de 9 anos com ovos cozidos como forma de “castigo”. A suspeita foi encontrada na Travessa São Luiz, localidade conhecida como “Comunidade do Serrão”, em Niterói. O mandado de prisão havia sido expedido pelo Juizado de Violência Doméstica e Familiar da Comarca de São Gonçalo, sob pena baseada na Lei de Tortura (Lei 9.455/97)
O caso ocorreu no último dia 22 de agosto, na residência da família, no bairro Itaúna, em São Gonçalo, após a criança pegar batatas para comer e corante de bolo para brincar. A menina foi socorrida e internada no Pronto Socorro Armando de Sá Couto, no bairro Zé Garoto, mas, devido à gravidade do seu estado de saúde, ela foi transferida para o Centro de Terapia Intensiva (CTI) pediátrico do Hospital Estadual Alberto Torres (Heat).
Após tomar conhecimento do fato, a polícia deu início às investigações que culminaram na prisão da suspeita.
Alta hospitalar
Na última terça-feira (09/09), a menina de 9 anos deixou a ala pediátrica do Heat ao lado do pai, o diarista Fabiano Silva. Ao sair da unidade hospitalar junto de sua filha, Fabiano Silva se emocionou. “Agradeço a Deus pela minha filha estar bem, recebendo alta do hospital, indo para casa. Agradeço a toda equipe do hospital que tratou dela com tanto carinho, amor e dedicação. Vamos aguardar por Justiça. Minha filha só queria comer e brincar”, declarou.
Segundo relato da vítima no hospital, a mãe se irritou quando a criança reclamou de fome e tentou pegar uma batata enquanto brincava com um corante. Como forma de castigo, Geyse Coelho Alves de Souza obrigou a filha a segurar os ovos fervendo, o que provocou graves queimaduras nas duas mãos.
Na unidade, referência no atendimento a pacientes de média e alta complexidade, a menina passou por uma série de exames clínicos e de imagens, recebeu medicação à base de antibiótico para conter infecções e realizou 14 procedimentos no centro cirúrgico com a equipe da cirurgia plástica.
Durante a alta hospitalar, os médicos informaram que será necessário um processo de reconstrução da pele, devido à profundidade das lesões. O tratamento deve ser longo e delicado. A menina continuará sendo atendida no ambulatório pós-cirúrgico do Heat.