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Você conhece alguém que foi obrigado a assinar um plano de internet clandestina? Esse delito cada vez mais comum também aparece em números oficiais do Estado.
Afinal, o aumento significativo do crime de extorsão é um dos dados que mais chama atenção entre os que foram divulgados pelo Instituto de Segurança Pública, sobre os crimes registrados em 2023 no Rio de Janeiro.
Essa modalidade criminosa aumentou mais de 40% em relação ao ano passado, e atingiu recorde na série histórica.
A explosão de casos de extorsão é impulsionada por causa de moradores, muitas vezes obrigados a contratar serviços de operadora clandestina, sob ameaça de não ficar sem os serviços de internet.
O ISP registrou no ano de 2023, 3.264 casos de extorsão. Em 2022, foram registradas 2.303 ocorrências, um aumento de 41,7%.
O jornal A TRIBUNA acompanha casos de extorsão pelo estado.
No último dia 9 de janeiro, o comerciante Thiago Trigueiro Gomes, de 37 anos, foi assassinado no depósito de bebidas que era proprietário, no Porto da Pedra, distrito de Neves, em São Gonçalo.
Informações da Delegacia de Homicídios de Niterói Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG) anunciam que ele teria sido morto por se recusar a comprar cigarros contrabandeados de um grupo que atuaria também no comércio de máquinas caça-níqueis em São Gonçalo.
Especialista explica como prática de extorsão é comum
“Uma prática que ocorre em razão dos lucros provenientes da utilização daquele espaço”. A explicação do professor Robson Rodrigues, do Laboratório de Análise da Violência é simples, mas ajuda a entender como o crime organizado expandiu suas áreas de atuação também para a extorsão, cobrando propina para a construção de obras.
O professor da UERJ afirmou que isso é comum em virtude das atividades criminosas que esses grupos se propõem, e também afetam construções privadas.
"Eles se baseiam nesse tipo de crime, que é extorsão, e uma vez que tenha esse domínio em determinadas áreas na sombra do Estado, que eles podem e tem esse direito de fazer essas cobranças, é que soa absurdo para nossos padrões. Mas é uma prática que tende a ocorrer mesmo com atividades privadas, mas em razão dos lucros provenientes da utilização daqueles espaços", relatou o especialista.