Assinante
Foram sete horas de resgate para içar o corpo da niteroiense Juliana Marins de um penhasco na Indonésia. Foi levado até uma base de operações e de lá será levado para um hospital a mais de 3000km do local onde Juliana caiu. Lá será realizada a necropsia e depois transladado para o Brasil.
Juliana foi encontrada sem vida nesta terça-feira, após quatro dias de tentativas frustradas de resgate. A niteroiense havia caído em uma trilha guiada no vulcão do Monte Rinjani, na ilha de Lombok, na Indonésia, na última sexta-feira (20). Ao todo, as equipes só foram chegar até a brasileira mais de 85 horas após sua queda e já a encontraram morta, após dias sem água, comida e com frio.
Manoel Marins, pai de Juliana, que chegou à Indonésia na noite desta terça-feira (24), se despediu da filha numa carta emocionante publicada nas redes sociais na manhã desta quarta (25).
“Ah,Juju, minha linda, meu tesouro, minha filha, meu amor. Você sempre foi muito especial. Sapeca, inquieta, de sorriso lindo e uma imensa vontade de viver intensamente. Sempre preocupada comigo e com a Estela. Dizia que iria cuidar de nós na nossa velhice, embora eu lhe dissesse que isso não era necessário, que você deveria viver a sua vida. No início deste ano nos disse que faria esse mochilão agora enquanto era jovem e nós te apoiamos. Quando lhe perguntei se queria que lhe dessemos algum dinheiro para ajudar na viagem, você nos disse: jamais. E assim você viajou com seus próprios recursos que ganhou como fruto do seu trabalho. E como você estava feliz realizando esse sonho. E como nós ficamos felizes com a sua felicidade. Você se foi fazendo o que mais gostava e isso conforta um pouco o nosso coração.
Fica a sua presença em nossa casa, no seu quarto, no seu lugar preferido no sofá da sala. Fica a sua presença marcante na vida de quem teve o privilégio de te conhecer e de conviver contigo.
E, especialmente, no meu coração , no da sua mãe e no da sua irmã.
Voa, Juju, voa. Voa para os braços do Pai Eterno que lhe aguarda para te guardar para sempre nos seus braços de amor infinito.
E aqui ficaremos, na certeza de nos reencontrarmos um dia e fazer aquele vôo de parapente que estávamos programando para o seu aniversário. Lá no céu, o bom Deus há de nos proporcionar isso. Daqueles que sempre te amaram: papi, mami e Mari.” Escreveu o pai da jovem, que havia ido para a Indonésia para auxiliar no resgate da filha, mas chegou lá com a notícia de que ela havia sido encontrada sem vida.
Segundo informações, Juliana caiu há cerca de 300 metros da trilha, mas acabou escorregando mais a fundo e chegou a ficar mais de mil metros de distância do local. Juliana, que é publicitária e de Niterói, foi com uma empresa de viagens da Indonésia realizar a trilha. Ela estava realizando um mochilão pelo sudeste asiático e já havia passado por outros países antes de chegar à Indonésia.
Ainda não se sabe quando, exatamente, Juliana faleceu. A informação só foi confirmada nesta terça-feira (24), mas relatos de imagens aéreas feitas pelo Parque Nacional Gunung Rinjani na segunda (23) já mostravam a niteroiense “visivelmente imóvel”.