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Os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro se encerraram na manhã da última terça-feira, e como é tradição, na quarta-feira (14) de cinzas ocorre a apuração.
Entre as favoritas apontadas pelos especialistas, as principais são a Unidos do Viradouro, a Imperatriz Leopoldinense e o Acadêmicos do Grande Rio.
Onde a Viradouro pode ganhar ou perder?
A escola poderá ser punida em comissão de frente por ter deixado mais de 15 componentes aparentes. A alegação é feita pela Imperatriz e pela Grande Rio. No entanto, a escola argumenta que os componentes estavam “camuflados”. O resultado do recurso só saberemos antes da apuração.
Atualização às 17h08: antes da apuração começar, a Liesa disse que o recurso será julgado na quinta-feira (15). Nenhuma escola foi punida antes da leitura das notas.
Entre as 12 agremiações, o desfile da Unidos do Viradouro é o mais difícil em descontar pontos. A escola apresentou grande trabalho em harmonia, evolução, bateria e alegorias luxuosas.
Esteve, ao menos, entre as três escolas que mais levantaram o público na Sapucaí. A comissão de frente foi a mais elogiada por especialistas, ao lado da Grande Rio.
Todos os problemas apontados são questões que os jurados costumam relevar. Uma delas é a demora para a apresentação da comissão de frente, e do casal de mestre-sala e porta-bandeira, que travou a escola por alguns minutos. Além disso, as alegorias da escola, apesar de bem luxuosas, eram pequenas. O jurado mais afeiçoado à volumetria poderá implicar.
No mais, o carro de som desfilou com as vozes dos intérpretes de apoio mais altas do que o comum, o que pode ocasionar perda de pontos em harmonia - da mesma maneira, o jurado teria que ser rigoroso.
Onde a Imperatriz pode ganhar ou perder?
A Imperatriz foi a escola que mais levantou a Sapucaí nos dois dias de desfile. O público cantou com força o samba enredo. O enredo passou claríssimo em fantasias de fácil leitura, contando a história do Testamento da Cigana Esmeralda.
No entanto, os problemas da Imperatriz foram mais visíveis. As alegorias da escola foram mais simples, na comparação direta com as concorrentes diretas. Além disso, ocorreram problemas na comissão de frente, que realizou apresentações diferentes ao longo dos módulos.
O maior trunfo da escola de Ramos é o fato de ter sido a escola que mais sacudiu a Sapucaí, e empolgado os jurados.
Onde a Grande Rio pode ganhar ou perder?
Provavelmente, a escola mais bonita a passar na Sapucaí. O abre-alas, o mais imponente dos dois dias de desfile. Com as luzes apagadas, o carro causava um efeito que deixou o público estupefato.
Outros destaques foram a evolução, e a comissão de frente, onde um bailarino era 'engolido' por uma onça.
Os problemas principais da Tricolor de Caxias foram o enredo, que tratou da representação das onças nos mais diversos cenários. Os jurados mais rigorosos poderão argumentar o difícil entendimento. Além disso, o samba enredo não empolgou tanto quanto às rivais.
Escolas que correm por fora
A Portela realizou um desfile menos imponente e menos empolgante que suas concorrentes. Porém, cometeu pouquíssimos erros na avenida. O desfile, apesar de não ter sido o mais explosivo, causou muita emoção pela temática do enredo, baseado no livro "Um defeito de cor".
Outra escola que corre por fora é a Mangueira. A verde e rosa foi uma das três escolas que mais levantou a Sapucaí. O samba enredo foi cantado a plenos pulmões também pelos componentes. O principal problema da escola são as alegorias, demasiadamente simples e com muitos problemas de acabamento. Inclusive, uma escultura da homenageada, Alcione, ficou com a cabeça quebrada e um funcionário da escola desfilou segurando a escultura.
Luta contra o rebaixamento
Três escolas deverão lutar contra o descenso. A principal candidata é a Unidos do Porto da Pedra. A escola de São Gonçalo desfilou com duas alegorias quebradas. A última delas bateu nas grades da Sapucaí e desfilou com a parte dianteira danificada.
Além disso, o acidente provocou um grande buraco na evolução da escola, que abrangeu dois setores.
Outra candidata ao rebaixamento é o Paraíso do Tuiuti. Com a plástica mais simples do ano, a escola de São Cristóvão também desfilou repleta de problemas em evolução. Além de buracos, a escola correu ao final do desfile para fechar a apresentação no tempo certo.
Por fim, a Tijuca também fez uma apresentação marcada pela frieza, pelo enredo confuso, e com o pior samba do ano. O único destaque da escola foi a evolução.