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Um apagão de grandes proporções deixou, nesta segunda-feira (28), vastas áreas de Portugal e Espanha sem energia elétrica. Segundo informações divulgadas pelo jornal El País, o corte no fornecimento de eletricidade teve início às 12h32 (hora local) e causou impactos em trens, aeroportos, transportes públicos e até nos sistemas de telecomunicações. As causas do incidente ainda estão sendo investigadas, mas a operadora espanhola Red Eléctrica classificou o evento como “excepcional e totalmente extraordinário”.
A empresa portuguesa REN – Redes Energéticas Nacionais – indicou que o problema pode ter origem em um “raro fenômeno atmosférico” que afetou a rede elétrica espanhola, gerando uma reação em cadeia. A interrupção também atingiu pequenas zonas da França.
Em Portugal, o "apagão geral" começou por volta das 11h30 (hora local) e afetou aeroportos, hospitais, bancos, sistemas de telecomunicações e outros serviços essenciais, segundo o jornal português Público. A E-Redes, responsável pela distribuição, informou que trabalha na reposição da energia em articulação com a Espanha, mas não há previsão concreta para a normalização total do serviço.
As consequências foram imediatas: semáforos apagados causaram congestionamentos e acidentes, levando as autoridades de trânsito de ambos os países a recomendarem que a população evitasse deslocamentos desnecessários.
A DGT (Direção Geral de Tráfego da Espanha) e a PSP (Polícia de Segurança Pública portuguesa) emitiram alertas pedindo cautela redobrada nas estradas. Além disso, o sistema ferroviário foi amplamente suspenso, como confirmou a Adif, operadora da infraestrutura ferroviária espanhola.
O impacto estendeu-se também às telecomunicações. Foram relatadas dificuldades em chamadas de voz e uso de internet móvel, com aplicativos como o WhatsApp funcionando de maneira lenta. Supermercados operaram exclusivamente com pagamentos em dinheiro e relatos de pessoas presas em elevadores se multiplicaram nas redes sociais.
Em resposta à crise, o governo espanhol instalou um gabinete de crise e convocou o Conselho de Segurança Nacional, enquanto em Portugal o Conselho de Ministros se reuniu de emergência sob a liderança do primeiro-ministro Luís Montenegro. O Ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, pediu calma à população e advertiu para que se evitem informações falsas. O jornal Público alertou que mensagens circulando nas redes sociais apontando ataques cibernéticos russos como causa do apagão são falsas, segundo confirmação da Comissão Europeia.