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UFRJ cria técnica que acelera diagnóstico de câncer infantil
Técnica é mais eficiente na obtenção de resultados de tumores sólidos pediátricos
UFRJ cria técnica que acelera diagnóstico de câncer infantil
Foto do autor Leonardo Brito Leonardo Brito
Por: Leonardo Brito Data da Publicação: 29 de setembro de 2025FacebookTwitterInstagram
Equipe que desenvolveu a pesquisa/Moisés Pimentel/UFRJ
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A possibilidade de oferecer diagnóstico rápido e preciso muitas vezes pode salvar vidas. Ainda mais quando a questão se refere ao câncer infantil. Essa foi a motivação que fez com que pesquisadores da UFRJ dedicassem sua carreira para pesquisar, criar e implementar uma nova tecnologia para acelerar o diagnóstico para tumores sólidos em crianças.

Elaine Sobral da Costa, hematologista pediátrica, doutora em Medicina pela UFRJ e chefe do serviço de Citometria de Fluxo do IPPMG/UFRJ, e Cristiane de Sá Ferreira Facio, médica hemoterapeuta do IPPMG/UFRJ, desenvolveram a pesquisa no Núcleo Transdisciplinar de Investigação em Saúde da Criança e do Adolescente, vinculado ao Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG/UFRJ).

A técnica desenvolvida é baseada em uma tecnologia chamada citometria de fluxo, que já era utilizada para diagnosticar tumores hematológicos ‒ cânceres no sangue ‒, só que para diagnosticar tumores sólidos (aqueles que surgem em tecidos). Essa técnica reduz o tempo de análise para obtenção do diagnóstico, que cai de 15 dias para apenas 1.

“Na hematologia, a gente faz o exame da medula óssea (que fabrica o sangue) e no mesmo dia fala o tipo de leucemia, começa a tratar, faz o laudo e acabou. Já na oncologia, a gente depende de ir para o centro cirúrgico, depois depende do resultado da patologia. E isso demora. Algumas vezes, a gente começava a quimioterapia sem saber o que era, porque ou morria ou começava”, disse Elaine

A pesquisa desenvolveu um novo tipo de exame, baseado nos que já eram realizados na investigação de tumores hematológicos, conferindo então mais agilidade ao processo.

“Se o paciente está com suspeita de tumor e a gente consegue dizer que não é, a gente tira a espada da cabeça da mãe, ela já consegue dormir, aliviada”, disse Cristiane.

 

A equipe do Laboratório de Citometria de Fluxo: Christal Abraham, Cristiane de Sá Ferreira Facio, Amanda Ranhel, Daniele Fernandes, ⁠Enrico Riscarolli e Elaine Sobral da Costa | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)


O exame é oferecido a pacientes de diversos hospitais públicos integrantes do Sistema Único de Saúde, como o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ), o Hospital Federal dos Servidores do Estado e o Hospital Federal da Lagoa. Como o procedimento ainda não é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), por se tratar, até o momento, de uma pesquisa, ainda não é possível que seja iniciado um tratamento direcionado apenas com o resultado obtido por ele. Para Elaine, esse é o principal objetivo: “Gostaria de dizer o resultado e o tipo de câncer e o doutor começar a quimioterapia no mesmo dia. E a gente sabe que ainda não está funcionando assim, pelo menos não no Brasil”.

 

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