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As investigações da Polícia Federal revelam que o ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, preso na última quarta-feira (3), e sua esposa, Jessica de Oliveira Lima, controlam ao menos oito empresas, algumas usadas para atividades ilícitas.
Entre elas está uma franquia oficial do Flamengo em Campo Grande (MS), apontada como canal de pagamentos a policiais e suspeitos de lavagem de dinheiro do tráfico. Outro negócio ligado ao casal é um açougue em Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio.
De acordo com a apuração, o policial militar Rodrigo da Costa Oliveira, o Costa, recebeu R$ 31,2 mil da franquia. Ele é acusado de chefiar a segurança do traficante Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão, além de recrutar PMs para o grupo.
Outro repasse, de R$ 60 mil, foi destinado a Tharcio Nascimento Salgado, investigado por atuar na lavagem de recursos da facção em Senador Camará. A Polícia Federal destaca que a movimentação da franquia não condizia com as vendas: em apenas seis meses, R$ 515 mil foram depositados em suas contas.
As descobertas integram a Operação Zargun, que levou à prisão de TH Joias e mais 17 pessoas. A Justiça determinou a suspensão das empresas e o bloqueio de R$ 40 milhões. Paralelamente, o Ministério Público do Rio de Janeiro conduz a Operação Bandeirantes, que acusa o ex-parlamentar de ligação direta com o Comando Vermelho em comunidades como Maré, Alemão e Parada de Lucas.
Segundo a denúncia, ele negociava drogas, armas e equipamentos usados para impedir operações policiais, além de movimentar grandes somas para financiar a facção.
TH Joias assumiu mandato em 2024 após a morte do deputado Otoni de Paula Pai. Antes, havia se notabilizado como designer de joias de artistas e jogadores. Ele já tinha sido preso em 2017 por envolvimento com tráfico e corrupção policial. Agora, responde por organização criminosa, tráfico internacional, corrupção e lavagem de dinheiro.