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Nesta quarta-feira (30), Maricá e Olaria iniciam a disputa da final da Copa Rio. Garantidos em uma competição nacional, em 2025, os dois repetem a decisão da Série A2 do Campeonato Carioca, vencida pelo Tsunami.
Os dois jogos pela Copa Rio são os últimos da temporada do Maricá. Por isso, A Tribuna entrevistou Reinaldo, técnico do time, para que ele fizesse uma análise do 2024 maricaense. São duas finais, um título, um acesso à Primeira Divisão do Carioca e a segunda participação no cenário nacional. Em maio, A Tribuna também entrevistou o comandante, para que ele comentasse a expectativa dele para a temporada.
Antes do começo da A2, você disse que confiava no título, e ele veio. Você também afirmou que não era o momento de pensar na Copa Rio, e acabou chegando em outra final. Qual balanço você faz da temporada?
“É uma temporada super positiva. Só tenho a agradecer a Deus, por estar vivendo este momento maravilhoso à frente do Maricá, com meus atletas, minha comissão e nossos torcedores. Gostaria de parabenizar a diretoria, por acreditar no trabalho, apesar de, no ano passado, o resultado não ter vindo. Ela viu que tinha legado, que o trabalho poderia evoluir e dar frutos. É o que está acontecendo este ano. Parabenizo também o Douglas Oliveira, nosso executivo de futebol, porque foi ele que montou esse elenco, com atletas de mentalidade vencedora. A partir do momento que eu virei treinador, sempre acreditei estaríamos buscando o topo da tabela. Nem sempre vai ser possível, mas por estar evoluindo na profissão, eu acredito que o trabalho vai ser excelente”.
O Maricá eliminou times fortes na Copa Rio, como a Portuguesa, que estava na Série D do Brasileiro; o Audax, semifinalista da A2; e o atual campeão da Série C nacional, o Volta Redonda. Como você treina isso com seus jogadores? Cada adversário é um caso diferente?
“Pegamos uma chave muito forte na Copa Rio. Isto nos faz evoluir como profissionais. Eu até preferia pegar equipes com este nível de dificuldade. Eu tenho uma ideia de jogo bem definida, e os atletas entenderam. Isso facilita muito. Em cima de cada jogo, eu monto uma estratégia e procuro deixar bem claro para os atletas, para não haver dúvidas. A ideia é que, quando a bola rolar, o plano montado possa ser executado com excelência”.
Quando estava no Flamengo, Tite pregava o mantra de equilíbrio, e o Maricá tem mostrado isso ao longo da temporada, com um ataque eficiente (29) e uma defesa que leva poucos gols (15). Em 23 jogos, o clube só teve uma derrota. Esse equilíbrio também era pensado desde o começo, ou foi sendo desenvolvido ao longo do trabalho?
“A primeira coisa que uma equipe precisa ter é organização. Independentemente do que estiver acontecendo em uma partida, não podemos nos desorganizar. Além disso, hoje em dia, no futebol de alto rendimento, é muito difícil ganhar, se não houver uma compactação. Prezo muito por esse equilíbrio, entre defesa e ataque. Trabalhamos muito isso, com ajustes, movimentações, para automatizar cada vez mais os movimentos. Temos uma ideia bem clara de como atacar e de como defender. Digo para não se aterem aos esquemas, mas, sim nos conceitos e movimentos”.
Qual a expectativa para os jogos contra o Olaria? Alguma diferença para a final da A2?
“A expectativa é muito grande, de jogar mais uma final, contra um grande clube, que é o Olaria. Parabenizo o Olaria, que tem um grande treinador, um grande grupo de atletas e vem fazendo um ótimo trabalho. Esperamos fazer dois grandes jogos. Temos um grupo diferente do que atuou na final da A2, devido às lesões, mas eu valorizo sempre quem está jogando. Temos um grupo muito forte, e estou muito confiante, motivado e preparado, com meus atletas, para fazermos os dois melhores jogos das nossas vidas. Mesmo com a vaga nacional garantida, a pressão é a mesma. Ambos querem levantar a taça”.
Você e o Edson Souza, do Olaria, são dois treinadores pretos, que chegaram às duas finais mais importantes do Rio de Janeiro, no segundo semestre. O Carlos Vitor, do Nova Iguaçu, também foi finalista do Carioca. O quão importante e representativo é isso?
“Representar os treinadores negros é um orgulho muito grande. Há grandes treinadores negros no futebol brasileiro, como o Carlos Vitor, o Edson Souza, o Silvestre dos Anjos, o Roger Machado... Sabemos da nossa responsabilidade. É inadmissível o racismo. As punições têm que ser cada vez mais severas, porque é um crime muito perverso. Mas nós estamos abrindo as portas, cada vez mais, não somente no futebol masculino, mas no feminino também, entre outras áreas do esporte. É muito importante carregarmos nossa cor, com muito orgulho”.
Pensando um degrau de cada vez, mas já há conversas para o trabalho visando a Série A do ano que vem? Você continua no Maricá?
“Já há o planejamento, mas eu preferi não participar, para focar na final da Copa Rio. Deixei com a diretoria. Após a decisão, eu me reúno com a diretoria, pra ver o que eles pensam sobre renovação, continuidade do trabalho, para darmos sequência no ano que vem”.