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O pastor Silas Malafaia foi alvo de medidas cautelares após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O pedido de busca e apreensão vem no âmbito do inquérito que apura o crime de coação contra autoridades que conduzem o processo da tentativa de golpe de Estado, no qual Jair Bolsonaro e ex-integrantes de seu governo são réus.
Com os desdobramentos, mensagens do pastor para Jair Bolsonaro foram divulgadas, com críticas ao filho do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, principalmente após o anúncio do tarifaço dos Estados Unidos.
“(...) vem teu filho babaca falar m*****! Dando discurso nacionalista que eu sei que você não é a favor disso. Dei-lhe um esporro, cara… mandei um áudio a ele de a*****. E disse para ele: a próxima que tu fizer, eu faço um vídeo e te arrebento”, disse.
Segundo o ministro Alexandre de Moraes, na decisão publicada, os diálogos entre Malafaia e o ex-presidente têm como finalidade explícita de obtenção da anistia em troca do fim das sanções tarifárias impostas pelo governo de Donald Trump aos produtos brasileiros. O ministro, de posse da investigação da PF e da posição da Procuradoria-Geral da República, considerou que o pastor teve um papel de orientador das ações do ex-presidente e do deputado.
A busca e apreensão contra o pastor Silas Malafaia foi determinada nesta quarta-feira (20), pelo ministro Alexandre de Moraes. De acordo com a Polícia Federal (PF), o pastor teve o celular apreendido quando estava no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.
Pela decisão de Moraes, Malafaia está proibido de se ausentar do país e teve o cancelamento de passaportes. Ele deve entregar esses documentos em 24 horas. O pastor ainda está impedido de se comunicar com os demais investigados nas ações penais relacionadas à suposta tentativa de golpe de Estado.
O pastor, após ser alvo da operação, publicou um vídeo nas redes sociais, atacando o ministro Alexandre de Moraes. De acordo com o pastor, o magistrado age como "um ditador de toga" e estaria "promovendo uma perseguição religiosa". Malafaia diz que teve o celular, três cadernos "com mensagens bíblicas" e o passaporte apreendido.
Além disso, nesta quarta-feira (20), a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o filho dele, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pelos crimes de coação de autoridades e tentativa de obstrução de Justiça no processo sobre tentativa de golpe de Estado.
Segundo a PF, a medida foi tomada após concluir as investigações sobre a atuação de Eduardo junto ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), principalmente Alexandre de Moraes.
Durante as investigações, agentes da PF encontraram mensagens no smartphone de Jair Bolsonaro, conversas com aliados sobre um possível pedido de asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei, seu aliado político.