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Taxa de Juros desacelera, mas ainda atinge maior nível em 19 anos
Copom aprovou o sexto aumento seguido do índice, nesta quarta-feira (7)
Taxa de Juros desacelera, mas ainda atinge maior nível em 19 anos
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Por: A Tribuna Data da Publicação: 07 de maio de 2025FacebookTwitterInstagram
Divulgação/Banco Central

A Taxa Selic desacelerou, mas continuou subindo. Nesta quarta-feira (7), o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, elevou a taxa básica de juros da economia, a 14,75% ao ano. O aumento, desta vez, foi de apenas 0,5 ponto percentual, ao invés do 1 ponto percentual que o Copom vinha realizando nos últimos três encontros.

Porém, apesar da desaceleração, esse é ainda é o sexto aumento consecutivo do índice. Na última reunião do comitê, no dia 19 de março, a taxa foi de 14,25%.

De acordo com dados do Banco Central, este é o maior valor da Selic nos últimos 19 anos. A última vez que a taxa esteve tão alta foi no dia 30 de agosto de 2006, quando também chegou a 14,75% ao ano.

JUSTIFICATIVA

Segundo o Copom, a incerteza da política econômica dos Estados Unidos, principalmente por causa da guerra comercial iniciada pelo presidente Donald Trunp e os efeitos dela. Por isso, o ambiente mostra-se adverso e gera dúvidas sobre a economia global e os ritmos da desaceleração e a inflação nos outros países. O comitê avaliou que o cenário externo segue exigindo cautela por parte de países emergentes.

Outro fator é a política fiscal no Brasil, ainda com despesas elevadas. A alta do preço dos alimentos e da energia também influenciaram na nova elevação da taxa de juros pelo Banco Central. O conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho tem apresentado dinamismo, ainda que sinais sugiram uma incipiente moderação no crescimento.

A alta do preço dos alimentos foi uma das causas do aumento da taxa da Selic/Tânia Rêgo/Agência Brasil

A inflação cheia e as medidas subjacentes mantiveram-se acima da meta para a inflação e novamente apresentaram elevação nas divulgações mais recentes.

"O ambiente externo mostra-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de sua política comercial e de seus efeitos. A política comercial alimenta incertezas sobre a economia global, notadamente acerca da m​agnitude da desaceleração econômica e sobre o efeito heterogêneo no cenário inflacionário entre os países, com repercussões relevantes sobre a condução da política monetária", escreveu o Copom.

O comitê ainda sinalizou que na próxima reunião, a análise sobre o cenário da inflação ainda vai precisar de “cautela”.

"Para a próxima reunião, o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação."

VOTOS

Votaram pelo aumento: Gabriel Muricca Galípolo (presidente do BC), Ailton de Aquino Santos, Diogo Abry Guillen, Gilneu Francisco Astolfi Vivan, Izabela Moreira Correa, Nilton José Schneider David, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira..

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