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Aprimoramento e visibilidade. Pode-se resumir assim a participação do empresário e tatuador gonçalense Gilson Dreadlock, num dos mais importantes eventos do universo da tatuagem dos Estados Unidos: o ‘The New York Tattoo Convention’. A convenção internacional contou, em setembro último, com cerca de 400 artistas de excelência do mundo inteiro, dentre eles o brasileiro de São Gonçalo, formado em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
“Busco sempre conhecer trabalhos novos, de outros artistas, e pego referências de estilos: não necessariamente me espelho numa escola artística em específico”, ressalta, enaltecendo a importância de se trocar experiências com artistas de fora do Brasil e de se ter contato com novos materiais de trabalho.
Cena local
Para Gilson, a cena da tatuagem do nosso estado é “bem avançada”. São Gonçalo, Niterói e Itaboraí, em especial, têm muita gente “representando bem” a tatuagem brasileira, em eventos daqui e do exterior.
“Na Tattoo Week de São Paulo, por exemplo, tiveram vários da Região Metropolitana do Rio, concorrendo entre os campeões. Como em todo lugar, tem os profissionais e os não profissionais, com trabalhos malfeitos. Mas, de um modo geral, os artistas do Rio estão muito bem”, elogia.
Ainda de acordo com Gilson, os tatuadores brasileiros estão à frente dos estrangeiros porque realizam “ótimos trabalhos”, mesmo não contando com materiais de ponta, utilizados no exterior.
“Para conseguir material importado, às vezes, acaba ficando muito caro. Ainda assim, os brasileiros estão representando muito bem. Na convenção norte-americana, tinham muitos brasileiros. Os artistas estão começando a ser convidados para eventos internacionais, ganhando prêmios. A diferença é que, aqui nos Estados Unidos, existe um documento de liberação para o artista atuar profissionalmente. Ele precisa fazer uma espécie de estágio, de duas mil horas, antes de tatuar na pele humana. Acho que isso, no Brasil, faria diferença: deixaria o trabalho mais profissional. Não é só comprar um kit pela Internet, abrir um estúdio de qualquer jeito e sair tatuando, como muitos fazem”, esclarece.
Projetos
Em 2024, Gilson Dreadlock pretende retomar a Expo Tattoo Brasil: evento que reúne, no Rio, diversos artistas, sem fins lucrativos, cuja a entrada é paga com alimentos não perecíveis. Os alimentos serão doados a instituições de caridade.
“Já realizamos esse evento por três anos seguidos. Interrompemos, por conta da pandemia. Chegamos a arrecadar mais de uma tonelada e meia de alimentos, na última edição. Acho que a tatuagem tem muito a colaborar com a cultura e com a economia. São artistas que geram empregos e transformam a vida das pessoas”, concluiu.
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