O Governo do Rio anunciou que a operação e o valor da tarifa da linha aquaviária Charitas-Praça XV serão definidos em conjunto com a Prefeitura de Niterói. O subsídio municipal para cobrir parte da tarifa já está previsto na nova licitação.

Com a introdução da tarifa social, a expectativa é de um aumento significativo no número de passageiros. Um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), contratado pela própria Setram, estima que a demanda da linha Charitas-Praça XV alcance cinco mil passageiros no primeiro ano de operação.

A licitação prevê ainda o uso de quatro embarcações com capacidade para 500 lugares cada, operando nos dias úteis com intervalos de 20 minutos. A UFRJ recomenda a substituição do modelo atual, que vigora desde 1998 e é considerado economicamente insustentável, por uma operação única — social ou seletiva.

O valor global estimado para a contratação do novo operador é de R$ 1,9 bilhão, com um contrato inicial de cinco anos, podendo ser prorrogado por até dez anos. O resultado da licitação será conhecido em 22 de novembro.

O novo operador assumirá o serviço após uma fase de transição, que será concluída com o fim da operação atual pela CCR Barcas, em fevereiro de 2025.

Bilhetagem será de responsável do Estado

Em entrevista ao jornal O Globo, o secretário da pasta, Washington Reis afirmou que o Estado terá maior controle sobre toda a operação do transporte aquaviário.

“O dinheiro agora fica no caixa do Estado. Vamos pagar o que vale o serviço. Não vai mais acontecer de uma empresa alegar prejuízo durante a operação. Esse é o mesmo modelo que vamos adotar na SuperVia: contratos mais curtos e ágeis. Isso vai possibilitar, por exemplo, que Niterói crie subsídio de aproximadamente R$ 1 milhão e faça a tarifa de quem mora na cidade reduzir. Estamos muito animados com essa nova etapa”, ressaltou.

Além disso, o Governo terá autonomia para ajustar os horários das viagens e o valor da passagem. Uma novidade é que o novo operador será remunerado com base na quantidade de milhas náuticas percorridas, conforme a grade atual, ao invés da tarifa paga pelos usuários. O valor estabelecido para cada milha náutica é de R$ 1.446,40. 

O operador também será responsável por contratar um sistema de limpeza da Baía de Guanabara, contribuindo para a preservação ambiental e a manutenção das embarcações, além de instalar estações para monitorar a qualidade do ar.