Sumiço do mandado de prisão do líder do Comando Vermelho mobiliza ministro
O ministro da Justiça disse que as facções do crime organizado têm a infiltração em sistemas como um de seus métodos de atuação, cooptando agentes públicos para suas operações
Sumiço do mandado de prisão do líder do Comando Vermelho mobiliza ministro
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Por: Redação Data da Publicação: 11 de Outubro de 2023FacebookTwitterInstagram
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O sumiço do nome de Wilton Quintanilha, o Abelha, considerado um dos principais líderes do Comando Vermelho, do Banco Nacional de Mandados de Prisão, fez o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, decidir se reunir com o presidente do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Luís Roberto Barroso.

A informação foi revelada pela Folha de S.Paulo na terça (10).

Abelha é um dos homens mais procurados nas operações que ocorrem nesta semana no Rio de Janeiro, mas poderia ficar solto caso conseguisse sair do estado.

O nome dele não estava no BNMP (Banco Nacional de Mandados de Prisão), apesar de ele ser considerado pela Justiça fluminense como foragido. Desde o dia 15 de setembro os documentos não constam como disponíveis.

O ministro da Justiça disse que as facções do crime organizado têm a infiltração em sistemas como um de seus métodos de atuação, mas não confirmou se isso aconteceu nesse episódio.

“Lidamos com infiltrações em vários sistemas institucionais porque infelizmente essas facções foram se fortalecendo ao longo do tempo ao ponto de também conseguirem invadir sistemas, cooptar agentes públicos para suas operações. Claro que não estou afirmando [que] isso [aconteceu], mas isso certamente será investigado”, disse.

Flávio Dino ainda afirmou que a Polícia Federal poderá investigar o sumiço do nome.

“Sim, claro a PF pode investigar. Se houver pedido do CNJ, ou a partir de indicadores, é claro que pode, mas evidentemente nesse caso, como é outro poder, vamos conversar com o chefe desse poder, que é o ministro Barroso.”

A Folha procurou o Tribunal de Justiça na manhã para perguntar sobre a ausência do nome do sistema por mais de três semanas. Recebeu como resposta que, após o questionamento da reportagem, fez a inclusão das informações. Os dados só reapareceram no sistema às 16h30 desta terça (10).

“Claro, é grave, evidentemente vou conversar com o CNJ, com o ministro Barroso, que preside o CNJ, e ver no que podemos ajudar”, disse Flávio Dino, na Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata, onde faz anúncios para a segurança pública no estado.
 

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