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Diante do crescimento da violência em vários estados do país, principalmente no Rio de Janeiro, o Senado vai instalar nos próximos dias a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a atuação de facções criminosas e milícias no Brasil. O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) apresentou nesta quinta-feira, 6, requerimento para instalar a comissão, que conta com as assinaturas de 27 senadores, número considerado suficiente. Agora, o documento precisa ser lido em plenário para que o colegiado seja criado.
O objetivo da CPI é apurar o aumento da influência do crime organizado, que Alessandro Vieira considera ter estrutura de “um grande negócio ilícito”, e seus efeitos na segurança pública e na economia do país. A comissão também deverá investigar o financiamento das organizações criminosas e propor medidas para aprimorar o combate a essas ilegalidades.
“ As facções criminosas e as milícias expandiram sua atuação sem que houvesse uma resposta coordenada e eficiente do Estado. Não podemos continuar assistindo à escalada da violência e ao fortalecimento do crime sem reagir”, declarou.
O parlamentar chamou atenção para os elevados índices de homicídios do país e o crescente domínio territorial do crime organizado sobre comunidades. Para ele, a CPI será essencial para expor o funcionamento das redes criminosas e discutir meios de cortar o fluxo financeiro dessas organizações.
Após a conferência das assinaturas e a leitura pela Presidência em Plenário, é aberto prazo para que os líderes partidários indiquem os membros que vão compor o colegiado.
No final de janeiro, o Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgou dados sobre a violência em dezembro passado. O número de roubos de carga foi de 487, o que representou um aumento de 100,4% com relação ao mês anterior. Foram 3.439 ocorrências em 2024, uma alta de 6,6% em comparação a 2023.