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De acordo com a Agência Senado, a Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) analisa, nesta terça-feira (3), projeto de lei da Câmara dos Deputados que cria programas nacionais de diesel verde, de combustível sustentável para aviação e de biometano. O projeto dos “combustíveis do futuro” aumenta a mistura de etanol à gasolina e de biodiesel ao diesel. O início da reunião está previsto para às 9h.
O PL 528/2020 recebeu parecer favorável do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), que analisou 13 emendas, das quais uma foi acatada por completo, cinco parcialmente e as demais, rejeitadas.
Entre as principais alterações propostas por Veneziano, está a emenda sugerida pelo senador Fernando Farias (MDB-AL), que incentiva o uso de matérias-primas produzidas pela agricultura familiar na produção dos biocombustíveis.
Pelo texto, o novo percentual de mistura de etanol à gasolina será de 27%, podendo variar entre 22% e 35%. Atualmente, a mistura pode chegar a 27,5%, sendo, no mínimo, de 18% de etanol. Caso seja aprovada, a proposta segue para análise do Plenário.
A Tribuna conversou com Márcio D’Agosto, professor de Engenharia de Transportes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), que afastou a possibilidade de haver algum risco para os motores dos carros que usam apenas gasolina.
“Não há um risco que possa comprometer. O que pode acontecer é que o usuário terá um custo adicional, por causa do maior cuidado com a manutenção, com um filtro de gasolina, por exemplo. Esse é um ponto que pode ser discutido: que tipo de recomendação será dada”.
O professor destacou que há a possibilidade dos automóveis perderem força, já que a gasolina tem mais quantidade de energia por volume de combustível do que o álcool. Quando é feita a mistura, o poder da mistura diminui, com o aumento do álcool e a diminuição da gasolina. Ele ressaltou que não é possível saber se esse aumento na porcentagem trará esse efeito.
Márcio também descartou a chance de haver problemas nos carros flex, já que os motores são feitos para utilizarem o combustível misturado. O professor disse que isso também se aplica aos carros importados, já que as montadoras sabem qual combustível é utilizado no Brasil.