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Funcionários das empresas Auto Ônibus Brasília e Expresso Barreto, que fazem parte do mesmo grupo e atendem a região Norte de Niterói, decidirão amanhã (14) se entrarão em greve. Desde segunda-feira (12), a crise no grupo se tornou pública após a apreensão de ônibus por 16 falta de pagamento do financiamento realizado para a compra dos veículos, em 2018.
De acordo com o Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac), o objetivo da assembleia entre os funcionários é discutir a situação das empresas. Na segunda-feira, o Sintronac já admitia o risco de greve por conta do risco de demissões. O sindicato alerta que a violação das relações trabalhistas levará os trabalhadores a recorrerem à greve.
Com a diminuição dos ônibus em circulação, as linhas 28 (Centro - Largo do Cravinho), da Brasília; 66 (Icaraí - Barreto) e 66A (São Lourenço - Centro), da Barreto, deixaram as ruas. A reportagem questionou ao Setrerj, sindicato que representa as empresas, se outras viações, integrantes do consórcio Transnit, poderiam suprir a demanda. A entidade afirmou que as outras companhias também enfrentam dificuldades.
Também em nota, o Setrerj alertou para o agravamento da crise no transporte público municipal em Niterói, pressionada pelo congelamento da tarifa por três anos e pelas perdas durante a pandemia de Covid-19. A entidade também admitiu o risco de afastamento imediato de colaboradores com a redução forçada da operação.
Assim, o Setrerj reafirmou a necessidade de se avançar rapidamente na contratação e na conclusão do estudo de reequilíbrio econômico-financeiro do transporte municipal, anunciado pela própria Prefeitura no dia 29 de julho. A análise servirá de base para estabelecer a tarifa técnica do sistema, de forma que compatibilize as receitas e os custos do setor, levando em consideração a desvalorização do valor da passagem pela inflação acumulada nos últimos três anos. O sindicato ressalta mais uma vez sua confiança no governo municipal na busca de soluções urgentes para recuperar o transporte coletivo e garantir o pleno atendimento da população.
Procurada, a Secretaria Municipal de Urbanismo e Mobilidade informou que vai contratar um estudo de viabilidade de reequilíbrio financeiro dos transportes coletivos. O estudo está em fase de aprovação pelos órgãos de controle e vai avaliar todos os desequilíbrios de contrato que surgiram nos últimos cinco anos, incluindo a pandemia.
A previsão é que o estudo tenha início em outubro, com prazo de seis meses para conclusão. O Município afirma estar se esforçando para não repassar a consequência da escalada de preços dos combustíveis e insumos durante esse período para a tarifa do usuário, que será considerado no estudo de reequilíbrio financeiro.
A SMU finalizou dizendo está acompanhando o caso e aguarda que a questão com o credor dos ônibus tenha um desfecho concreto para adotar as medidas necessárias.