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Neste início de ano, o município do Rio de Janeiro registrou mais de 10 mil casos da dengue, com uma taxa de incidência de 160,68 por 100 mil habitantes. Durante todo o ano de 2023, foram 22.959 casos. Os números da doença são altos em todo o Brasil, o que acende o alerta para a urgência de ações, tanto do poder público quanto da população.
Em uma semana de janeiro, a capital fluminense chegou a ter 3 mil casos de Dengue, enquanto em janeiro do ano passado, o máximo registrado foi de 200 casos. Pela primeira vez na história, três variantes do vírus circulam no Rio: os tipos 1, 2 e 4. A maior quantidade de sorotipos aumenta as chances de infecção.
A Zona Oeste, em especial as regiões de Campo Grande/Santíssimo/Guaratiba e Santa Cruz/Paciência/Sepetiba, são as que registram as maiores taxas de incidência de dengue e, por isso, vêm recebendo intensificação das ações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), previstas no Plano Verão.
Ações de combate
Criado nos mesmos moldes do Centro de Operações de Emergência para a covid-19, o COE-Dengue funcionará nas dependências do COR. Suas atribuições serão planejar, organizar, coordenar e monitorar as ações de enfrentamento à dengue; elaborar protocolos e análises relacionadas à situação epidemiológica da doença na cidade; divulgar informações relativas à emergência de saúde pública, como boletins epidemiológicos; deliberar sobre os estágios de aplicação das medidas protetivas para cada região do município.
Na próxima segunda-feira (5), o primeiro polo de atendimento para pacientes com dengue será inaugurado no CMS Raphael de Paula Souza, em Curicica, na Zona Oeste. Ao todo estão previstos dez polos, em todas as regiões da cidade, que serão abertos gradativamente, conforme o crescimento do número de casos. Eles funcionarão nas dependências de unidades de Atenção Primária e contarão com equipes dedicadas formadas por médico, enfermeiro e técnicos de enfermagem, que farão o diagnóstico e assistência, classificação segundo o critério de risco e tratamento dos pacientes com dengue.
Devido ao crescente aumento do número de casos de dengue, a SMS passará a utilizar 16 carros para aplicação espacial do inseticida UBV, o chamado fumacê. Esse instrumento é utilizado em condições específicas definidas nas Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle da Dengue, do Ministério da Saúde, para bloqueio de transmissão e controle de surtos ou epidemias.
Também como medida de controle do vetor serão realizadas entradas compulsórias em imóveis fechados e abandonados para realização de vistorias e tomada de medidas preventivas e de eliminação dos possíveis criadouros do mosquito.
Vacinação
A SMS iniciará a vacinação de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos contra a dengue no município do Rio tão logo os imunizantes estejam liberados pelo Ministério da Saúde. A expectativa é de que em uma semana toda a população-alvo esteja vacinada, o que representa 354 mil indivíduos. A vacina estará disponível em todas as 238 unidades de Atenção Primária e no Super Centro Carioca de Vacinação. Além disso, terá início o estudo com a vacina na região de Guaratiba, na Zona Oeste, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Ministério da Saúde. A pesquisa prevê a imunização de 20 mil pessoas de 20 a 40 anos.