Assinante
Entrar
Cadastre-se
Implantado para localizar pessoas com mandado de prisão em aberto, o sistema de reconhecimento facial da Polícia Militar terá uma nova função: encontrar desaparecidos. Para viabilizar a prestação desse serviço, as secretarias de Estado de Polícia Militar e de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos assinaram um acordo de cooperação para o compartilhamento de dados de pessoas desaparecidas.
O sistema passará a ser utilizado a partir da segunda quinzena de setembro com banco de dados de desaparecidos, priorizando inicialmente crianças e adolescentes.
Para o secretário de Estado de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, a ferramenta tecnológica tem sido uma importante aliada da segurança pública, possibilitando a prisão de mais de 330 foragidos da Justiça, e agora será empregada em nova função.
"Estamos desenvolvendo conjuntamente um procedimento operacional padrão para nortear o policial militar na abordagem a pessoas desaparecidas quando são localizadas. É um atendimento diferenciado, especialmente em relação a crianças e adolescentes. Temos certeza que essa nova função do sistema representará um alento e muita esperança para milhares de famílias no nosso estado", afirmou o coronel Menezes.
A secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Rosangela Gomes, destacou que, além do fortalecimento da rede de proteção às famílias que sofrem com o desaparecimento de seus entes queridos, o termo de cooperação foi formatado para contemplar os aspectos jurídicos.
"Estamos formalizando um trabalho que já vem sendo desenvolvido, e, que na prática ajudará a fortalecer a rede para diminuir o número de casos de desaparecidos. Esse passo é muito importante porque estamos falando de dados de pessoas. Então, houve todo um cuidado jurídico para preservar os direitos, mas garantir uma atuação que ajude a salvar vidas", disse a secretária Rosângela Gomes.
A proposta é ampliar esforços para aumentar ainda mais o índice de sucesso na localização de paradeiros de pessoas desaparecidas. Atualmente, 80% dos casos são solucionados. O projeto piloto, e inédito, será desenvolvido por técnicos das duas secretarias, que incluirão no banco de dados utilizado pela Polícia Militar as fotos e informações destas pessoas que precisam ser localizadas.
Apesar dos casos mais recentes de crianças e adolescentes serem prioridades, a expectativa é de inclusão de casos antigos com o aperfeiçoamento do sistema.
O secretário de Segurança do Rio, Victor dos Santos, ressaltou que esse projeto mostra que a missão da segurança pública não é só combater o crime.
"A segurança pública é um serviço transversal e a prova disso é esse evento de hoje. Devolver aos familiares um ente desaparecido é o maior acalento que pode se dar à família. Então esse trabalho é fundamental. E essa tecnologia veio exatamente para ajudar a identificar e localizar essas pessoas", disse Victor dos Santos.
De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), houve 5.815 registros de desaparecimento em 2023. De janeiro a julho deste ano, já são 3.486 casos. Um crescimento de 4,2% em relação ao mesmo período do ano passado.