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Rodrigo Neves (PDT); Carlos Jordy (PL); Talíria Petrone (PSOL); Felipe Peixoto (PSD); Bruno Lessa (PSD); Waldeck Carneiro (PSB); Paulo Bagueira (União Brasil); Deuler da Rocha (MDB); João Gomes (Novo). Estes são apenas alguns dos nomes que podem constar nas urnas eletrônicas niteroienses, em outubro deste ano. Alguns deles - já pré-candidatos - começam a se mobilizar politicamente para se firmarem, até lá, nos corações e mentes dos eleitores de Niterói. O percurso da pré-campanha é longo. E a estrada exige, mais do que nunca, muito diálogo e jogo de cintura, para movimentações certeiras do tabuleiro, no ainda polarizado xadrez político municipal, estadual e nacional.
Na última quinta-feira (22), foi lançada a pré-candidatura do deputado federal bolsonarista Carlos Jordy (PL), no Clube Português, no Ingá. O direitista pretende ser o calcanhar de Aquiles de Rodrigo Neves (PDT) e Talíria Petrone (PSOL).
No evento, Jordy comentou a abordagem pela qual sofreu, em 18 de janeiro, pela Polícia Federal, e prometeu “uma nova história para Niterói”. "Pessoas que sofrem covardia, conseguem se sustentar com firmeza. Nosso projeto é sério e as pessoas estão vendo. Nosso crescimento está incomodando", disse.
Palanque dividido
Escolhida pelo PSOL, em junho de 2023, para ser o nome a representar a legenda nas eleições de outubro próximo, a deputada federal e pré-candidata à prefeita de Niterói, Talíria Petrone, já conta com o apoio de quadros do PT, como o do também deputado federal Washington Quaquá – desafeto do pré-candidato e ex-prefeito, Rodrigo Neves. Ela e seus correligionários estão empenhados em criar uma “frente de esquerda”.
Afirmando-se como autêntica candidata do “campo lulista” na cidade, Talíria pode ter, ainda, um quadro do PSB como vice: especula-se, em Niterói, a possibilidade de uma indicação do ex-secretário de Educação de Rodrigo Neves, o ex-deputado estadual Waldeck Carneiro, para uma parceria inédita com o PSOL.
“Há um diálogo aberto com o PSB e há, também, um apoio confirmado e explícito do Quaquá e de outros quadros do PT. Sem dúvida, há essa movimentação, para que a gente possa tirar Niterói dessa estagnação, do mesmo grupo político, há quase 30 anos”, ressaltou a parlamentar.
Vale lembrar que, em Niterói, pode ser que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha de dividir o palanque entre Talíria e Rodrigo. Para a deputada, o fato de Rodrigo Neves ter saído do PT, “no momento do golpe contra a presidenta Dilma”, e não ter apoiado o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em 2018, não o credibilizam para representar o lulismo.
“Rodrigo também não esteve com Lula, no primeiro turno, em 2022. Não tenho dúvida de que a nossa candidatura representa o campo lulista e é isso o que estamos construindo na cidade”, concluiu.
Questionado sobre possibilidade de vir como pré-candidato a vice de Talíria, Waldeck disse que, atualmente, o PSB ainda está estudando “as posições que vamos adotar”, não só em Niterói, mas também em outros municípios da região metropolitana do estado.
“O partido está ouvindo pré-candidatos. Pensando em Niterói, a executiva estadual do PSB abriu espaço para que Rodrigo e Talíria fossem à executiva municipal, para apresentarem suas ideias. A estadual já os recebeu, em momentos diferentes. Diante dessas duas reuniões,o PSB está, agora, refletindo sobre suas posições e interesses. Não tem nenhuma decisão tomada”, afirmou Waldeck, apontando que há de fato a possibilidade de seu partido não estar mais no campo governista de Rodrigo Neves.
“É possível. Mas não há uma decisão tomada. Ela será coletiva, em função do programa de cada pré-candidatura, em Niterói e em outros municípios. É preciso haver compromisso com o programa do PSB, afinidades de ideias, confluência de prioridades. Isso é o que mais vai pesar, na nossa decisão. Não sou dirigente do PSB, no estado e em Niterói, mas, do que eu percebo, o que mais contará para a tomada de decisão é a afinidade programática”, cravou o pedagogo.
Atitude ansiada
Em outubro, A TRIBUNA destacou que, em apenas 48 horas, o vice-prefeito, Paulo Bagueira (União Brasil), na condição de prefeito em exercício – quando o titular, Axel Grael (PDT), estava em viagem internacional a trabalho –, removeu pontos de uso de drogas, em regiões do Centro e de Icaraí, na Zona Sul.
Uma das localidades de maior destaque, no que se refere a moradores e usuários de drogas, localiza-se na Praça da República e foi alvo de uma “força tarefa” da Prefeitura. À ocasião, muita gente na cidade especulou a possibilidade de Bagueira ser, também, um possível pré-candidato a prefeito, em outubro - caso não venha mais a concorrer como vice de Rodrigo Neves. Questionado sobre a possível nova aventura eleitoral, Bagueira se limitou a responder que “estamos, neste momento, nos dedicando à formação de uma boa nominata do nosso partido, o União Brasil, para as eleições deste ano”, ressaltou.
“Momento de análise”
O atual assessor especial do governador Cláudio Castro (PL) e ex-vereador de Niterói, Bruno Lessa, pondera que “o momento é de análise”.
“Tenho amigos me questionando sobre candidatura à Prefeitura. Fui vereador por dois mandatos e conheço bem os problemas da cidade. Acredito que tenho capacidade de apresentar soluções para esses problemas. Pela minha passagem na Câmara Municipal, sempre fui muito elogiado, até por pessoas de correntes ideológicas diferentes. Tenho certeza de que a população entende que, por toda a receita de Niterói, é possível superarmos os graves problemas que atravessamos. Venho conversando com muitas pessoas que acreditam que a disputa precisa de uma nova alternativa e, no momento certo, tomarei minha decisão”, apontou Lessa.
Nem direita nem esquerda
No pleito de 2020, o delegado da Polícia Federal Deuler da Rocha (MDB) concorreu à eleição municipal pelo antigo – e bolsonarista – PSL. Mas pondera que nunca foi um homem “de direita”. “A própria turma que me levou àquele disputa sabia disso. Tenho uma orientação de centro e, eventualmente, de centro-esquerda. Concentro-me em projeto. Minha posição é essa”, disse, complementando que ainda está “em conversação”, mas que está “no jogo”.
“Há um convite, de dois partidos. Não vou mencionar quais são agora, para não me prejudicar. O momento é de acomodar, conversar e avaliar os convites. Para que eu concorra com o mínimo de legitimidade, preciso de uma folga estatística. Estou aguardando o resultado de uma pesquisa. Ela sai daqui a duas semanas”, ponderou.
Novidades
O empresário João Gomes é um dos nomes mais cotados para ser o pré-candidato do Novo, nas eleições de outubro. Em 2020, a engenheira de produção Juliana Benício foi a candidata do partido, em Niterói.
“Ela não vem agora, embora eu a considere um bom quadro. Acho que, por enquanto, sou o nome a ser apresentado. Sou filiado desde 2017. Criamos o núcleo em Niterói e depois cheguei a ser presidente da sigla. Tenho história dentro do partido”, almejou, apontando a principal bandeira do Novo para governar Niterói: “respeito ao dinheiro público”.
“Niterói é uma cidade bilionária, com 70 secretarias. Gasta-se muito recurso. Temos problemas na Saúde. Em 2023, 3 mil crianças ficaram fora das creches. A administração deve chegar ao cidadão. Quanto menos secretarias, melhor”.
Contra burguês...
O PSTU definiu lançar candidatura própria para a prefeitura de Niterói, mas ainda está discutindo os nomes, internamente. O último a concorrer, em 2020, foi o da servidora pública Danille Bórnia, que teve a candidatura indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral, devido a falhas na prestação de contas. O partido dela deve concluir o processo de escolha até março, quando deverá divulgar quem será o candidato ou a candidata.
Possível retorno
Alçado a pré-candidato a prefeito em janeiro, o atual secretário-executivo e ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT) – favorito nas primeiras pesquisas de opinião na cidade - reuniu toda a base governista de Axel Grael (PDT) – de 16 vereadores aliados, agrupados em siglas como União Brasil; MDB; PT; PV; PSB; PC do B; Cidadania, PSDB e PP – para, no diretório municipal do partido fundado por Leonel Brizola, anunciar, em janeiro, a pretensão de concorrer em outubro. Questionado sobre as perspectivas e panoramas atuais de sua pré-candidatura, Rodrigo não respondeu à reportagem, até o fechamento desta edição.
Novas amizades
Especula-se, em Niterói, que, atualmente, o secretário Felipe Peixoto vem se aproximando do governo Axel. Felipe também foi procurado por A TRIBUNA, mas não retornou ao jornal.