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Quadrilha do CV guardava cabos furtados em galpões no Complexo do Salgueiro
Operação já prendeu sete e inclui pedido de bloqueio de R$ 200 milhões que foram lavados em empresas
Quadrilha do CV guardava cabos furtados em galpões no Complexo do Salgueiro
Foto do autor A Tribuna A Tribuna
Por: A Tribuna Data da Publicação: 24 de abril de 2025FacebookTwitterInstagram
Complexo do Salgueiro - Foto: Reprodução

Agentes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), com apoio da Polícia Civil do Paraná, realizam, nesta quinta-feira (24), uma megaoperação para desarticular uma organização criminosa especializada no furto, em grande escala, de cabos pertencentes a concessionárias de serviços públicos.

Os cabos subtraídos eram transportados para galpões e ferros-velhos de propriedade dos líderes da quadrilha, situados em territórios dominados por facções criminosas.

Entre eles, há um em São Gonçalo, localizado no Complexo do Salgueiro, além de Queimados, Baixada Fluminense; no Morro do Fallet, Centro do Rio, todos de propriedade dos líderes da organização, situados em territórios dominados por facções criminosas.

Agentes cumprem 46 mandados de busca e apreensão, incluindo residências dos alvos, sete ferros-velhos e metalúrgicas nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Equipes foram recebidas a tiros. Além dos cinco mandados cumpridos, duas pessoas foram presas em flagrante.

 

Montanhas de cabos em galpão em Campo Grande - Foto: Reprodução

 

Além disso, foi pedido o bloqueio de R$ 200 milhões em contas bancárias e ativos financeiros e também o sequestro e indisponibilidade de bens e imóveis.

Isso porque, de acordo com a investigação da DRF, a quadrilha ainda pratica lavagem de dinheiro por meio de empresas reais e fictícias e contratos simulados.

"Nossas polícias seguem atuando de forma dura para combater a comercialização de cabos furtados e prender os criminosos da cúpula das grandes quadrilhas que realizam esse tipo de crime. Além das prisões, também atuamos na asfixia das organizações, contra a lavagem de dinheiro, com o pedido de bloqueio financeiro e indisponibilidade de bens", diz o governador Cláudio Castro.

A ação de hoje deu início à segunda fase da "Operação Caminhos do Cobre". A primeira etapa, realizada em 2022, representou um marco no combate aos furtos de cabos e outros materiais metálicos, receptação qualificada e lavagem de dinheiro.

O trabalho revelou a existência de uma cadeia estruturada de escoamento dos bens subtraídos, direcionando esforços da polícia para o rastreamento da receptação em ferros-velhos.

As investigações, que levaram à denúncia de 22 integrantes do grupo, revelaram um sofisticado esquema criminoso, baseado na subtração de cabos de telecomunicações e energia elétrica, recolhimento do material por empresas de reciclagem ligadas aos próprios líderes da organização e lavagem dos lucros por meio de transações bancárias fracionadas.

 

Homem é preso na Operação Caminhos do Cobre - Foto: Reprodução

 

Além disso, havia aquisição de veículos de luxo, emissão de notas fiscais falsas e simulação de contratos com empresas reais. A quadrilha atuava realizando fraude documental e disfarce operacional, ação furtiva com vigilância armada.

“Quando a 'Operação Caminhos do Cobre' foi criada, demos um duro golpe nesse mercado ilegal de comercialização de cabos furtados. Agora, com essa nova etapa, vamos atuar também contra a lavagem de dinheiro, e já pedimos bloqueio de bens e valores. Esse é só o início de um novo trabalho, que também vai contar com ações contínuas”, afirma o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi.

De acordo com a DRF, os criminosos usavam caminhões para arrastar os cabos de baixo do solo, causando danos significativos às estruturas, e por vezes vestiam uniformes falsificados das empresas. Esse material era vendido para ferros-velhos e até siderúrgicas.

Os cabos subtraídos eram transportados para galpões e ferros-velhos em Queimados, Baixada Fluminense; no Morro do Fallet, Centro do Rio; e no Complexo do Salgueiro, São Gonçalo, todos de propriedade dos líderes da organização, situados em territórios dominados por facções criminosas.

Nos depósitos, os cabos eram decapados, fracionados e queimados para eliminar vestígios de origem, e revendidos a ferros-velhos e metalúrgicas no Rio de Janeiro e, principalmente, em São Paulo, com apoio de intermediadores.

 

Polícia deflagra 2ª fase da Operação Caminhos do Cobre - Foto: Reprodução

 

Em Campo Grande, agentes encontraram sacos e sacos de cabos provavelmente roubados — uns traziam etiquetas da Algar.

O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, afirmou que o Comando Vermelho tem participação direta nos roubos de cabos de cobre no Rio de Janeiro.

“A polícia conseguiu fazer uma investigação bem completa, desde o roubo até o lucro obtido com essa atividade criminosa com a lavagem de dinheiro.”

“Conseguimos comprovar a vinculação de grandes empresários do meio de reciclagem e ferros-velhos com o Comando Vermelho”, declarou.

Segundo o secretário, batedores armados do Comando Vermelho realizam muitos roubos de cabos no estado. Além disso, ele explicou o ciclo dos crimes envolvendo o material de cobre:

“Hospitais, escolas, empresas, serviços essenciais e indispensáveis são diariamente afetados por conta de um criminoso que vai cortar um pedaço de cobre e leva para um ferro-velho. Esse receptador leva para uma empresa média ou recicladora. Essa empresa média, por sua vez, vende para grandes indústrias como matéria-prima, e por sua vez esse material vira cabo. É um ciclo criminoso.”

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