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Procon Carioca multa Light em mais de R$ 14 milhões
Punições são sobre processos iniciados em 2021
Procon Carioca multa Light em mais de R$ 14 milhões
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Por: Redação Data da Publicação: 09 de fevereiro de 2024FacebookTwitterInstagram
Fonte: Divulgação

O Procon Carioca, órgão vinculado à Secretaria Especial de Cidadania, multou a concessionária Light S.A. em mais de R$ 14 milhões de reais em duas decisões relativas a processos de 2021.

A primeira multa é de R$12.016.480 devido a irregularidades na aplicação do Código de Defesa do Consumidor no momento da emissão de TOIs (Termo de ocorrência e inspeção), documento emitido no momento da fiscalização da concessionária quando constatada alguma irregularidade no medidor de energia e demais instalações elétricas das unidades consumidoras. 

O órgão também emitiu decisão no recurso apresentado pela Light em 2022, que questionou a multa fixada em processo administrativo instaurado no ano de 2021, iniciado em razão de constantes falhas no fornecimento de energia elétrica, denominados de apagões, determinando sua manutenção no valor de R$ 2.015.533,33 (dois milhões, quinze mil, quinhentos e trinta e três reais e trinta e três centavos).

Além disso, em uma terceira decisão, após instauração de processo de averiguação preliminar, o Procon Carioca determinou que a Light S.A. preste esclarecimentos sobre suas ações para efetuar a devolução de valores de impostos (PIS e Cofins), cobrados em fatura, e recolhidos a mais, após a Lei nº 14.385 ser sancionada em 2022. Nesta terceira decisão, a multa pode passar de R$ 13 milhões.

O órgão também instaurou duas averiguações preliminares contra a Light, em virtude de falhas no fornecimento de energia elétrica ocorridas recentemente,  a partir de novembro de 2023 até esta data, na Ilha do Governador e em Botafogo e Copacabana, que podem resultar em multas de mais de R$ 13 milhões em cada processo. Assim, a Light pode ser multada no total de aproximadamente R$ 40 milhões.

A cobrança de TOIs vem inserida na fatura dos consumidores como “ajuste tarifário”, sem a devida informação clara e precisa de sua origem. Assim, os consumidores são obrigados a pagar o valor integral da fatura, e não somente o referente ao seu consumo mensal de energia elétrica. Devido ao grande número de reclamações registradas, o Procon Carioca solicitou esclarecimentos à Light, por meio de averiguação preliminar convertida em processo sancionador, objetivando apurar eventual infração prevista no Código de Defesa do Consumidor.

Neste processo administrativo, o órgão constatou a cobrança de quase duzentos mil TOIs pela Light somente na cidade do Rio, nos últimos dois anos. Destes, cerca de 30% foram revogados, seja em decorrência de reclamações registradas na esfera administrativa ou judicial.

De acordo com os dados apresentados, a Light emite os TOIs sem a presença dos consumidores, o que inviabiliza qualquer defesa por parte dos mesmos. Nas reclamações registradas no Procon Carioca, a maior incidência é a ausência de registro da fiscalização que ocasionou a cobrança de “ajuste tarifário”, sendo o consumidor surpreendido com a cobrança desconhecida.

O Instituto Municipal de Proteção Defesa do Consumidor também instaurou processo administrativo sancionador contra a Light, cobrando esclarecimentos, que devem ser apresentados em um prazo de 20 dias, a respeito da devolução dos valores cobrados indevidamente aos consumidores. Trata-se de descumprimento de decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que determinou a redução da tarifa PIS/Cofins praticada no Município do Rio de Janeiro, a partir de 15 de dezembro de 2022.

Os valores que foram repassados aos consumidores até o momento chegam a pouco mais de R$ 3,2 bilhões, cerca de metade do montante total que efetivamente a empresa deve repassar aos consumidores cariocas: R$ 6,4 bilhões.

A não devolução dos valores cobrados gera infrações ao Código de Defesa do Consumidor, caracterizando infrações como obtenção de vantagem manifestamente excessiva e consequentemente enriquecimento ilícito. Neste sentido, é direito dos consumidores cariocas a devolução integral dos valores pagos a mais ao longo dos anos em que foram cobrados.

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