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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) prendeu nesta manhã de terça-feira (29) o contraventor Rogério Andrade, principal nome do jogo do bicho no Rio na atualidade, e patrono da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel.
A detenção ocorreu durante a Operação Último Ato, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), após uma nova denúncia que aponta Andrade como mandante do assassinato de seu rival, Fernando Iggnácio, em novembro de 2020.
Iggnácio, antigo líder do jogo do bicho, era genro e herdeiro de Castor de Andrade foi morto em uma emboscada no Recreio dos Bandeirantes, após desembarcar de um helicóptero vindo de Angra dos Reis.
O MPRJ afirma que Gilmar Eneas Lisboa, também preso na operação, monitorou os passos de Iggnácio até o momento da execução.
A disputa entre Rogério Andrade e Iggnácio é antiga e remonta aos anos 1990, após a morte de Castor de Andrade, que desejava que seu genro o sucedesse. O cenário mudou quando Rogério, sobrinho de Castor, entrou no ramo dos caça-níqueis, em uma investida que acabou desencadeando uma guerra familiar violenta, resultando em pelo menos 50 mortes.
Apesar de denúncias e ações anteriores, incluindo uma em março de 2021, Andrade permaneceu livre até recentemente, quando conseguiu a retirada de sua tornozeleira eletrônica, instalada em agosto de 2022, por decisão do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF). O dispositivo havia sido imposto como medida cautelar na 2ª fase da Operação Calígula, que investigava a expansão de sua rede criminosa.
Segundo o MPRJ, Rogério Andrade chefiava uma organização criminosa envolvida em homicídios, corrupção, lavagem de dinheiro e extorsão. Entre os membros de sua rede, estavam Gustavo Andrade, seu filho, e o ex-policial militar Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco.