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Agentes da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG) prenderam, na terça-feira (10), em Atibaia, São Paulo, Delano Xavier de Mendonça, apontado como chefe de uma milícia que atua em Itaboraí. Ele é investigado por envolvimento em um homicídio qualificado com motivação ligada à disputa por exploração territorial entre o tráfico e grupos paramilitares.
A ação cumpriu mandado de prisão temporária expedido pela 1ª Vara Criminal de Itaboraí. Segundo as investigações, Delano participou de uma morte ocorrida em março deste ano. A vítima teria sido executada após organizar, em outubro de 2024, uma festa do Dia das Crianças na comunidade do Retiro São Joaquim.
O evento, de acordo com a DHNSG, foi interpretado por milicianos como uma ação de propaganda da facção Comando Vermelho, promovida pelo traficante David Ferreira Vidal, o “Graxinha”.
Delano e um comparsa, ainda não identificado, teriam sequestrado a vítima de dentro de uma lanchonete, diante de testemunhas. O corpo foi encontrado no dia seguinte, com marcas de tiros, na região do Jardim Itambi, também em Itaboraí.
O criminoso foi localizado após um trabalho integrado de inteligência com apoio do Grupo de Investigações de Itaboraí (GI), SIP, Setor de Capturas, GIC e da Polícia Rodoviária Federal (Base Ponte Rio-Niterói). Ele foi abordado no momento em que se preparava para entrar em um Hyundai IX-35, veículo suspeito de ser usado em extorsões a comerciantes na região do Retiro São Joaquim.
A prisão contou com o apoio da Delegacia da Polícia Civil de Atibaia (SP). Delano já havia sido preso anteriormente durante a Operação Salvator, deflagrada em 2019, que desarticulou um grupo paramilitar envolvido em diversos homicídios em Itaboraí.
Histórico de Delano
Condenado por integrar a milícia de Itaboraí e atuar em execuções e extorsões na Região Metropolitana do Rio, Delano Xavier de Mendonça já havia sido preso em janeiro de 2019.
Ele já havia sido sentenciado a 10 anos e 6 meses de prisão em regime fechado por crimes como cobrança de taxa de segurança, rondas armadas, roubos de veículos e participação na Chacina da Marambaia, quando dez pessoas foram executadas.
Segundo as investigações, ele também participava de abordagens forjadas com apoio de policiais civis e militares para roubar carros de vítimas atraídas por anúncios falsos. Os alvos eram extorquidos e, em alguns casos, coagidos a pagar para evitar prisão por receptação.
Delano é um dos nomes mais antigos entre os milicianos de Itaboraí e foi identificado, ainda em 2019, como peça-chave da organização criminosa desmantelada na Operação Salvator, que prendeu 45 suspeitos e revelou ligações da quadrilha com advogados e agentes públicos.
Ele é investigado por se articular com outros grupos criminosos do estado, como o chefiado por Orlando Curicica.