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Presidente da CPI da Enel quer responsabilizar empresa por morte
Comissão está concluindo relatório e ainda cobra respostas concretas da concessionária
Presidente da CPI da Enel quer responsabilizar empresa por morte
Foto do autor Saulo Andrade Saulo Andrade
Por: Saulo Andrade Data da Publicação: 10 de novembro de 2023FacebookTwitterInstagram
Foto: Câmara Municipal de Niterói

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que vem investigando, na Câmara Municipal, a concessionária de energia elétrica Enel, em Niterói, está concluindo o seu relatório final. No radar, a próxima audiência pública com os síndicos de condomínios da cidade, com data ainda a ser confirmada pelos membros do colegiado.

De acordo com o presidente da CPI, vereador Leonardo Giordano (PC do B), outro encaminhamento é a parceria com o Ministério Público (MP), no sentido de que haja desdobramentos, em forma de respostas concretas à população.

“Estamos na mesma batida, de cooperar com o MP, para que haja consequência, no relatório final da CPI. Vamos acompanhar as denúncias que temos feito, inclusive aquela de cobrança da responsabilidade da empresa, na morte de um trabalhador do Preventório, em Charitas”, disse Giordano, referindo-se a Edvan Reis, que morreu eletrocutado no dia 8 de outubro, naquela comunidade. Na ocasião, fios de alta-tensão estavam expostos, após a queda de uma árvore.

Apagão

Cidades como Niterói, São Gonçalo e Maricá foram surpreendidas, ontem, por um apagão que deixou alguns moradores no escuro por quase uma hora.

Por volta das 7h45, a energia simplesmente se foi deixando algumas regiões às escuras. Às 8h37, a Enel restabeleceu o abastecimento elétrico.

Em Niterói, vários pontos do Centro sofreram um apagão. Sinais de trânsito ficaram apagados em vias cruciais, como a avenida Amaral Peixoto, rua Visconde de Sepetiba, rua Marechal Deodoro, rua Saldanha Marinho, rua Dr. Celestino e outras vias.

Hospitais, clínicas e escritórios ficaram às escuras. Os geradores foram acionados na rede hospitalar. Todos sem que a distribuidora Enel desse qualquer tipo de aviso prévio ou explicação.

Procurada por A TRIBUNA, a Enel informou que, por volta das 7h45 de ontem ocorreu perda do suprimento da Subestação de Adrianópolis, da Transmissora Furnas, que atende parte das cargas dos Municípios de São Gonçalo, Niterói, Maricá e Duque de Caxias. A Enel Rio realizou manobras emergenciais nas redes para a recomposição gradual de cargas e o fornecimento foi integralmente normalizado às 8h37min, após retorno da interligação com a Transmissora”, disse.

Impunidade em Niterói, multa de R$ 50 milhões em São Paulo

Enquanto em Niterói, os frequentes apagões da Enel são impunes, em São Paulo, a multinacional italiana (uma das maiores da Europa) está sendo devidamente enquadrada por causa do apagão na chuva de sexta-feira (3).

São Paulo

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que a multa à concessionária Enel pode chegar a R$ 50 milhões pelo “apagão” no estado de São Paulo.

Apesar da concessão da Enel ser da esfera federal, a Prefeitura de São Paulo entrou com uma Ação Civil Pública contra a empresa, por descumprimento de acordo com a capital paulista e de outras normas legais.

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou a criação de uma CPI para investigar os serviços prestados pela Enel Distribuição São Paulo.

Ela vai investigar por que a Enel demitiu 8.500 funcionários. Em 2018, a italiana comprou ações da Eletropaulo, que ainda pertenciam à União, e assumiu o controle da empresa. Desde então, a empresa demitiu 36% de seus funcionários. Em 2019, eram 23.835 funcionários, entre próprios e terceirizados que vinham da antiga Eletropaulo. Em 30 de setembro de 2023, eram 15.366 colaboradores.    

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