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Prefeitura diz estar combatendo infestação de cupins no Theatro Municipal
Imagens do local em condições ruins circulam na internet
Prefeitura diz estar combatendo infestação de cupins no Theatro Municipal
Foto do autor Redação Redação
Por: Redação Data da Publicação: 19 de janeiro de 2024FacebookTwitterInstagram
Fotos: A TRIBUNA

Símbolo mais nobre da cultura de Niterói, o centenário Theatro Municipal João Caetano está tendo que conviver com uma infestação de cupins.

Imagens de parte do equipamento público em má condições circulam na internet e mostram paredes, portas e até cortinas caindo aos pedaços.

 

Até o camarote do prefeito está interditado.

O Theatro Municipal é administrado pela Prefeitura de Niterói, através da Fundação de Artes de Niterói (FAN), e é um símbolo da cultura na cidade sorriso há mais de um século.

Em contato com A TRIBUNA, a Prefeitura afirmou que a FAN realiza a descupinização global anualmente de todos os edifícios que administra, entre eles o Theatro Municipal.

Segundo a nota, o processo de dedetização completo foi feito em janeiro de 2023, enquanto um parcial foi realizado em outubro do ano passado, para o controle pontual.

Ainda segundo a resposta da Prefeitura, a FAN deu início ao procedimento de descupinização completa do Theatro Municipal e da Sala Carlos Couto, que deve acontecer em até 45 dias.

Confira a resposta completa da Prefeitura abaixo:

“A Fundação de Artes de Niterói (FAN) realiza a descupinização global anualmente de todos os edifícios que administra, incluindo o Theatro Municipal. O equipamento recebeu a descupinização completa em janeiro de 2023. Em outubro, após identificados pequenos focos de uma nova espécie de cupim no local, foi realizada descupinização pontual para controle dos insetos. A FAN deu início ao procedimento para descupinização completa do Theatro Municipal e da Sala Carlos Couto, o que deverá acontecer em até 45 dias.”

Restauração

Criado em 1827, o ator, diretor e empresário João Caetano adquiriu o teatro em 1842, a título de concessão, e o rebatizou como Teatro Santa Tereza, em homenagem à futura imperatriz brasileira Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias.

João Caetano ficou à frente do teatro, restaurou a casa e desenvolveu diversas atividades culturais, até seu falecimento, em 1863.

Em 1900, a Câmara Municipal de Niterói deu ao espaço o nome de Theatro Municipal João Caetano, em homenagem ao vanguardista da arte na cidade. O prédio foi tombado como patrimônio histórico pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC) em 1990.

Destruído pelo desleixo do poder público, em 1991 a Prefeitura de Niterói iniciou uma completa obra de restauração para a recuperação da riqueza arquitetônica e patrimonial do teatro.

A tarefa ficou a cargo do pintor e restaurador Cláudio Valério Teixeira (1949-2021), que dirigiu o projeto de restauração. Foi um dos trabalhos mais completos de restauração na história do patrimônio cultural brasileiro, recebendo inúmeros prêmios nacionais e internacionais.


 

O minucioso projeto de recuperação teve como desafio o respeito aos aspectos históricos - que remetem ao final do século passado -, conservando a originalidade da época, e, ao mesmo tempo, a modernização da estrutura, sem interferir na arquitetura original, no seu conceito e estilo.

Um outro grave problema fiou justamente combater os cupins, vencidos por especialistas que recomendaram uma descupinização obrigatória pelo menos uma vez por ano.

O restauro terminou somente em 1995, tamanha a complexidade e atenção com o empreendimento.

No dia 19 de dezembro de 1995, o teatro foi devolvido à população com uma infraestrutura acústica de alta qualidade, ar-condicionado central, porta corta-fogo, equipamentos de som, coxia e camarins reformados, além de um projeto assinado pelo designer de iluminação Peter Gasper — o mesmo que concebeu o projeto para as luzes comemorativas dos 80 anos do Cristo Redentor. A pedido de Valério, o conceituado paisagista Roberto Burle Marx assumiu a missão de pintar o pano de boca do teatro.

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