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Polícia investiga queda de paraquedista que morreu na Pedra Bonita
José de Alencar estava com equipamento não permitido por usuários do voo livre e não usou rampa oficial
Polícia investiga queda de paraquedista que morreu na Pedra Bonita
Foto do autor A Tribuna A Tribuna
Por: A Tribuna Data da Publicação: 04 de novembro de 2024FacebookTwitterInstagram
Momentos antes de José de Alencar despencar - Foto: Reprodução

José de Alencar Lima Junior, de 49 anos, morreu no domingo (3) enquanto tentava decolar de um speed fly, uma modalidade de voo praticada com equipamento similar a um pequeno paraquedas em alta velocidade, na Pedra Bonita, em São Conrado, na Zona Sul do Rio.

Vídeos mostram que ele corre e se desequilibra após o equipamento não abrir, não conseguindo fazer a decolagem. Em seguida, ele cai do penhasco, a 250 metros de altura, pouco antes das 10 horas, e desaparece no meio da mata.

A Polícia Civil realiza perícia no equipamento para saber o motivo dele não abrir. O corpo da vítima foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) do Centro do Rio e também passa por perícia.

O caso é investigado pela 15ª DP (Gávea). Os policiais tentam descobrir as circunstâncias da queda. A família contou contou aos agentes que José de Alencar serviu no 27° Batalhão de Infantaria Paraquedista da Vila Militar, na Zona Oeste do Rio, e era instrutor de paraquedismo e dividia a vida entre Brasil e Alemanha.

 

José de Alencar - Foto: Reprodução

 

Agentes dos quartéis do Alto da Boa Vista, da Lagoa e do Humaitá fizeram as buscas por quase quatro horas. Pouco depois das 13h40, eles encontraram o corpo, que estava em uma área de difícil acesso. 

José de Alencar e o equipamento foram retirados das pedras e levados, com o uso de um helicóptero, para a sede do Clube São Conrado de Voo Livre.

 

Salto não permitido e rampa errada

A Polícia Militar informou que uma viatura do 23º BPM (Leblon) foi acionada "por componentes da sede do Voo livre, onde relataram que avistaram um homem caído na mata, após realizar um salto com equipamento Speed Flying, que não é permitido por usuários do voo livre".

De acordo com a ocorrência da PM, "a vítima fez um salto particular, pois o mesmo não é cadastrado no voo livre". 

Bruno Menescal, vice-presidente do Clube São Conrado de Voo Livre (CSCLV), disse que os voos de parapentes que acontecem próximos à Pedra Bonita são iniciados a partir de uma rampa oficial, onde é executada uma corrida para inflar o equipamento responsável pela sustentação da pessoa durante o voo planado.

O acesso é controlado pelo Clube São Conrado de Voo Livre, que tem instrutores credenciados para guiar o passeio nos ares. Segundo o CSCLV, a vítima, no entanto, não fez uso do espaço.

"Uma tentativa frustrada de uma decolagem. Pode questionar vários porém ali, mas se vê que não é uma pessoa que domina a prática. O resultado foi esse: uma queda de praticamente 250 metros de altura que ocasionou o óbito do praticante", disse Bruno Menescal, vice-presidente do Clube São Conrado de Voo Livre.

 

Família e testemunhas

Nas redes sociais, uma prima de José de Alencar lamentou a morte.

"Meu primo hoje você foi morar com Deus. Só nos resta saudade. Descanse em paz ao lado de seu amado pai e de seus tios, e tias. Que Deus, na sua infinita misericórdia, te acolha em seus braços. Descanse em paz, meu primo José de Alencar Lima Junior".

Algumas pessoas que estavam próximas da rampa de decolagem afirmam que, antes de cair, o piloto havia tropeçado em um buraco.

 

 

"Ai, meu Deus! Meu Deus! Gente! Meu Deus! Ele tropeçou!", diz uma mulher.

"Gente, deu certo? Tô preocupada. Sumiu. Gente, cadê ele?", diz outra mulher, após vê-lo desaparecer.

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