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A Polícia Federal resolveu indiciar nesta quinta-feira, 21,o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general Walter Braga Netto (seu ex-ministro da Casa Civil e da Defesa) e mais 35 nomes que participaram de seu governo pela tentativa de golpe de estado, que incluía até um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A PF também concluiu o inquérito que apura a existência de uma organização criminosa, suspeita de atuar para evitar que Lula, então presidente eleito e o seu companheiro de chapa, Alckmin, assumissem o governo em 1º de janeiro de 2023. A PO já encaminhou o documento ao STF. Também indiciou, pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado e organização criminosa o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Ingstitucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e o o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Outras 30 pessoas foram indiciadas. São elas: Ailton Gonçalves Moraes Barros; Alexandre Castilho Bitencourt da Silva; Almir Garnier Santos; Amauri Feres Saad; Anderson Lima de Moura; Angelo Martins Denicoli; Bernardo Romão Correa Netto; Carlos Cesar Moretzsohn Rocha; Carlos Giovani Delevati Pasini; Cleverson Ney Magalhães; Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira; Fabricio Moreira de Bastos; Fernando Cerimedo; Filipe Garcia Martins; Giancarlo Gomes Rodrigues; Guilherme Marques de Almeida; Helio Ferreira Lima; José Eduardo de Oliveira e Silva; Laercio Vergilio; Marcelo Bormevet; Marcelo Costa Câmara; Mario Fernandes; Nilton Diniz Rodrigues; Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho; Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira; Rafael Martins de Oliveira; Ronald Ferreira de Araujo Júnior; Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros; Tércio Arnaud Tomaz e Wladimir Matos Soares.
Segundo o relatório, as provas contra os indiciados foram obtidas através de diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas autorizadas pelo Poder Judiciário.
As investigações apontaram que os envolvidos se estruturaram por meio de divisão de tarefas, o que permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência de ao menos seis núcleos: o de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral; o Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado; o Jurídico; o Operacional de Apoio às Ações Golpistas; o de Inteligência Paralela e o Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas.
“Com a entrega do relatório, a Polícia Federal encerra as investigações referentes às tentativas de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito”, informou a PF.
Em suas redes sociais, Bolsonaro referiu-se ao indiciamento e criticou Moraes: “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca predatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, apontou. Ele acrescentou que vai esperar advogado e que o inquérito ainda vai para a Procuradoria Geral da República.