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A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou, na última quinta-feira (11), a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). O estudo mostrou que o Rio de Janeiro foi o estado com o maior percentual de famílias inadimplentes.
Em dezembro de 2023, 22,9% das famílias fluminenses possuíam dívidas e não conseguiriam pagar. No mesmo período, em 2022, o Rio apresentava 19,6%, atrás apenas do Espírito Santo.
Já em relação a famílias com contas em atraso, o Rio de Janeiro apresentou uma melhora, com 28,5% em dezembro passado, na 13ª posição. Nesta janela do ano anterior, o estado tinha 33,8%, em nono lugar.
De acordo com a CNC, o cartão de crédito foi o meio de pagamento mais procurado, por ser uma modalidade de fácil acesso e que exige baixo esforço dos consumidores para utilizar. Contudo, acompanha a segunda taxa de juros média mais alta, podendo afetar os indicadores de inadimplência no futuro.
Os números da Peic vão ao encontro de outra pesquisa, feita pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ), sobre as despesas de início de ano, abrangendo a Região Metropolitana do Rio. A sondagem, realizada nos dias 8 e 9 de janeiro, mostra que 54,9% começaram 2024 com dívidas. A pesquisa desconsidera as despesas regulares, como contas mensais.
De acordo com o IFec RJ, dos que têm despesas extras, 45,4% pagarão o IPTU parcelado, enquanto 37,6% à vista. Já o IPVA será pago parceladamente por 49,3% dos entrevistados, mas 33,3% vão quitar o imposto à vista.
Em relação à matrícula escolar, 48,6% vão pagar à vista, enquanto 21% parcelarão a despesa. Já 40,6% vão pagar o material escolar sem parcelamento e 25,6% de forma dividida.
A pesquisa indica também que a maioria dos consumidores (65,3%) não fez qualquer tipo de reserva ao longo de 2023 para pagar o IPTU, IPVA e a matrícula e material escolar neste início de ano. Já 34,7% fizeram provisão.
“Com toda certeza, o desemprego, a diminuição da renda média familiar e as compras para terceiros influenciam muito na inadimplência dos cariocas, mas a falta de educação financeira é, na minha opinião, a maior influência, pois dificuldades e imprevistos todos nós passamos e vamos continuar passando, o que muda é como passamos por eles e o quanto estamos preparados para isso. Se os fluminenses e os brasileiros de forma geral tivessem a cultura de administrar o dinheiro, criando um planejamento financeiro mensal que desse para pagar as contas e ainda guardar para possíveis emergências, muita coisa seria evitada em meio a um imprevisto”, disse o educador financeiro Renan Diego, ao A Tribuna.
No Brasil, em 2023, 77,8% das famílias apresentavam alguma dívida, seja adimplente ou inadimplente. Apesar do número elevado, houve uma redução de 0,1%, no indicador geral da Peic, em relação a 2022. A CNC destacou que, apesar de singela, foi uma vitória, já que foi a primeira redução em dez anos.