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Pesquisa da CNC mostra que o Rio é o estado com mais inadimplentes
Números são referentes a dezembro de 2023
Pesquisa da CNC mostra que o Rio é o estado com mais inadimplentes
Luan Sanchez
Por: Luan Sanchez Data da Publicação: 17 de janeiro de 2024FacebookTwitterInstagram
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou, na última quinta-feira (11), a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). O estudo mostrou que o Rio de Janeiro foi o estado com o maior percentual de famílias inadimplentes.

Em dezembro de 2023, 22,9% das famílias fluminenses possuíam dívidas e não conseguiriam pagar. No mesmo período, em 2022, o Rio apresentava 19,6%, atrás apenas do Espírito Santo.

Já em relação a famílias com contas em atraso, o Rio de Janeiro apresentou uma melhora, com 28,5% em dezembro passado, na 13ª posição. Nesta janela do ano anterior, o estado tinha 33,8%, em nono lugar.

De acordo com a CNC, o cartão de crédito foi o meio de pagamento mais procurado, por ser uma modalidade de fácil acesso e que exige baixo esforço dos consumidores para utilizar. Contudo, acompanha a segunda taxa de juros média mais alta, podendo afetar os indicadores de inadimplência no futuro.

Uso do cartão de crédito pode influenciar índices de inadimplência (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Os números da Peic vão ao encontro de outra pesquisa, feita pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ), sobre as despesas de início de ano, abrangendo a Região Metropolitana do Rio. A sondagem, realizada nos dias 8 e 9 de janeiro, mostra que 54,9% começaram 2024 com dívidas. A pesquisa desconsidera as despesas regulares, como contas mensais.

De acordo com o IFec RJ, dos que têm despesas extras, 45,4% pagarão o IPTU parcelado, enquanto 37,6% à vista. Já o IPVA será pago parceladamente por 49,3% dos entrevistados, mas 33,3% vão quitar o imposto à vista.

Em relação à matrícula escolar, 48,6% vão pagar à vista, enquanto 21% parcelarão a despesa. Já 40,6% vão pagar o material escolar sem parcelamento e 25,6% de forma dividida.

A pesquisa indica também que a maioria dos consumidores (65,3%) não fez qualquer tipo de reserva ao longo de 2023 para pagar o IPTU, IPVA e a matrícula e material escolar neste início de ano. Já 34,7% fizeram provisão.

“Com toda certeza, o desemprego, a diminuição da renda média familiar e as compras para terceiros influenciam muito na inadimplência dos cariocas, mas a falta de educação financeira é, na minha opinião, a maior influência, pois dificuldades e imprevistos todos nós passamos e vamos continuar passando, o que muda é como passamos por eles e o quanto estamos preparados para isso. Se os fluminenses e os brasileiros de forma geral tivessem a cultura de administrar o dinheiro, criando um planejamento financeiro mensal que desse para pagar as contas e ainda guardar para possíveis emergências, muita coisa seria evitada em meio a um imprevisto”, disse o educador financeiro Renan Diego, ao A Tribuna.

No Brasil, em 2023, 77,8% das famílias apresentavam alguma dívida, seja adimplente ou inadimplente. Apesar do número elevado, houve uma redução de 0,1%, no indicador geral da Peic, em relação a 2022. A CNC destacou que, apesar de singela, foi uma vitória, já que foi a primeira redução em dez anos.

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