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Paulo Betti faz monólogo no Teatro da UFF, nesta terça (9)
Depois de Mateus Solano, é a vez do outro global participar do festival “Solos em Cena”
Paulo Betti faz monólogo no Teatro da UFF, nesta terça (9)
Foto do autor João Eduardo Dutra João Eduardo Dutra
Por: João Eduardo Dutra Data da Publicação: 08 de julho de 2024FacebookTwitterInstagram
Fonte: Divulgação

O Festival “Solos em Cena”, no Teatro da Universidade Federal Fluminense (UFF), segue a todo vapor. Depois de três apresentações do show “O Figurante”, de Mateus Solano, no último final de semana, agora é a vez de outro ator global. Paulo Betti apresenta seu monólogo “Autobiografia Autorizada” nesta terça-feira (9), às 19h.

"Autobiografia Autorizada" é um monólogo de Paulo Betti, dirigido por ele e por Rafael Ponzi e estreou no dia 19 de março, no Centro Cultural Correios. Após temporada de dois meses, o espetáculo já passou pelas cidades de Sorocaba, São Carlos, Jundiaí, Araraquara, Piracicaba, Paulínia, Fortaleza, Uberlândia, Brasília e Luanda (África).

O espetáculo, que marca a comemoração dos 40 anos de carreira de Paulo, foi construído pelo próprio artista, que se inspirou nos textos escritos em grandes blocos durante a adolescência, onde também fazia colagens de fatos da época, e também nos artigos semanais que escreveu por quase trinta anos para o Jornal Cruzeiro do Sul, de Sorocaba, cidade onde foi criado.

Paulo Betti (62 anos) saiu do mundo rural onde o avô, um imigrante italiano, trabalhava a meia para um fazendeiro negro. Filho de uma camponesa analfabeta, que se mudou para a cidade onde foi empregada, mãe de 15 filhos (Paulo é o décimo quinto, temporão, dez anos de diferença de seu irmão mais novo). Seu pai era esquizofrênico. Apesar disso, estudou em boas escolas, cursou um Ginásio Industrial em tempo integral, se formou pela Escola de Arte Dramática da USP e foi professor na Unicamp. O testemunho do ator, autor e diretor, que vai representar pai, mãe, avó e muitos outros personagens da própria vida, levará ao público uma peça divertida e emocionante.

Embora seja uma modalidade cênica específica, pela solidão do ator em cena, o monólogo mantém a polifonia que caracteriza a linguagem teatral, concentrada em sua dimensão mais essencial: a unidade da relação autor-ator-espectador. Defrontado com o público, sem o suporte da contracena, o artista se expõe e se revela de modo radical. No solo, o personagem floresce unicamente pelo enraizamento de seu intérprete.

O Festival de monólogos “Solos em Cena” foi criado em 2006, com duas edições no mesmo ano e mais duas, realizadas em 2016 e 2017. Nesta edição, mais do que estabelecer o cruzamento de narrativas diversas em duas semanas, o evento busca o mergulho no si-mesmo habitado pela alteridade, confluindo dimensões identitárias de uma subjetividade refigurada pela memória. Como traço comum das narrativas aqui selecionadas, os textos e os corpos em cena manifestam a paixão pelo ofício de atuar e um deslocamento do olhar sobre as trajetórias de suas próprias existências, mesclando ficção e vida.

Os ingressos para a apresentação estão disponíveis na bilheteria do Teatro ou no site GuichêWeb (https://www.guicheweb.com.br/autobiografia-autorizada-com-paulo-betti-solos-em-cena-19h_32843), nos valor de R$ 35 a meia e R$ 70 a inteira.

Na quarta-feira (10), acontece a Aula demonstração - o corpo do ator no solo narrativo, com entrada gratuita para estudantes de teatro e para o público em geral, ministrado pelo ator Júlio Adrião, que também se apresenta no Festival, na quinta-feira (11).

O “Solos em Cena” se encerra no próximo final de semana, sábado (13) e domingo (14), com o monólogo “Jandira - em busca do bonde perdido”, de Isabel Teixeira.

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