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O conclave realizado nesta quinta-feira (8) elegeu como novo líder da Igreja Católica Apostólica Romana o norte-americano Robert Francis Prevost Martínez, que adotou o nome de Papa Leão XIV. A escolha do nome pontifício, sempre carregada de simbolismo, despertou criosidade imediata: o que Prevost quer passar com esse nome?
Especialistas inficam que pode se tratar de uma possível sinalização de uma liderança voltada às questões sociais contemporâneas.
O último pontífice com esse nome foi Leão XIII, que governou a Igreja entre 1878 e 1903 e ficou marcado pela encíclica Rerum Novarum, documento fundamental que lançou as bases da Doutrina Social da Igreja. Ao adotar o nome Leão XIV, Prevost pode estar se alinhando a esse legado, reforçando o compromisso da Igreja com a justiça social, o diálogo e os desafios do mundo moderno.
O nome "Leão" também evoca uma longa tradição na história da Igreja. O primeiro Papa a adotá-lo foi Leão I, conhecido como São Leão Magno ou o Grande, que liderou a Igreja entre 440 e 461. É lembrado tanto por sua atuação política — como quando enfrentou Átila, o Huno, para impedir a invasão da Itália — quanto por sua contribuição teológica.
Seu “Tomo de Leão” foi decisivo para o Concílio de Calcedônia, em que se definiu a doutrina da união das naturezas humana e divina em Cristo, uma das mais importantes da cristandade.
Em seu primeiro discurso como papa, Leão XIV destacou a missão evangelizadora da Igreja e a necessidade de acolhimento e construção de pontes.
“Sou um filho de Santo Agostinho, um agostiniano. Podemos caminhar juntos em direção àquela pátria para a qual Deus nos preparou. Para a Igreja de Roma, uma saudação especial. Precisamos ser uma Igreja missionária, que constrói pontes e recebe de braços abertos todos aqueles que precisam da nossa caridade, diálogo e amor”, declarou, alternando também palavras em espanhol.
Robert Francis Prevost Martínez nasceu em Chicago em 14 de setembro de 1955. Religioso da ordem dos agostinianos (O.S.A.), atuou por mais de uma década no Peru, entre 1985 e 1998, como pároco, professor de seminário e administrador diocesano. Também trabalhou nos Estados Unidos, especialmente em sua cidade natal, onde se dedicou à formação religiosa dentro de sua ordem. Em 30 de setembro de 2023, foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco.