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Operação policial no Complexo da Penha deixa cinco feridos
A ação resultou em interrupções de serviços essenciais e feridos
Operação policial no Complexo da Penha deixa cinco feridos
Foto do autor Redação Redação
Por: Redação Data da Publicação: 03 de dezembro de 2024FacebookTwitterInstagram
A ação faz parte da Operação Torniquete, que combate roubos de cargas e veículos. Foto: Reprodução

Dez pessoas foram presas e seis ficaram feridas durante uma operação de grande porte da Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrada nesta terça-feira (3), no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio. A ação faz parte da Operação Torniquete, que combate roubos de cargas e veículos, e resultou em interrupções de serviços essenciais. Uma grande quantidade de drogas foi apreendida.

Desde cedo, tiroteios foram registrados na região, com relatos de barricadas incendiadas por traficantes, incluindo um carro e três ônibus em chamas. Pelos cinco veículos blindados foram vistos circulando pelas comunidades, enquanto um helicóptero sobrevoou o complexo.

Ágatha Alves de Souza, 22 anos, foi baleada na perna em um ponto de ônibus quando voltava do trabalho. Ela passou por cirurgia e está internada em estado grave no Hospital Estadual Getúlio Vargas, onde os outros também foram atendidos. Um homem não identificado foi baleado e segue internado. Não há informações sobre o estado de saúde dele.

Os outros quatro receberam alta após serem atendidos. O policial civil Davyson Aquino da Silva foi baleado no ombro e passa bem. Grávida, Tamires Silva Soares, de 32 anos, foi atingida por estilhaços na boca.

O ajudante de pedreiro Felipe Barcelos, de 26, foi baleado na padaria quando tomava café. E Manuel Rodrigues de Sousa, de 74, estava numa fila para fazer fisioterapia, ficou na linha de tiro e foi ferido.

 

Foto: Divulgação (Polícia Civil)
Foto: Divulgação (Polícia Civil)
Foto: Divulgação (Polícia Civil)

 

Operação e alvos  

A ofensiva contou com 200 agentes de 18 unidades da Polícia Civil, além do suporte da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Pela Polícia Militar, participaram 13 batalhões de área e unidades especializadas, como o Batalhão de Operações Especiais (BOPE). O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público também atuou.

A operação tinha como objetivo cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra chefes do tráfico de drogas do Comando Vermelho (CV). Eles são responsáveis, entre outros crimes, por ordenar roubos de veículos e de cargas para financiar a “caixinha” da organização criminosa. Ela viabiliza a compra de armamento, munição e o pagamento de uma “mesada” aos parentes de integrantes presos da facção e de lideranças do grupo.

Segundo as investigações, é do Complexo da Penha de onde partem as ordens para as disputas entre rivais em busca de expandir territórios. Entre os alvos estava Edgar Alves de Andrade, de 54 anos, conhecido como "Doca" ou "Urso", além de criminosos foragidos de outros estados, como Pará e Ceará.

 

O traficante Edgar Alves de Andrade, o Doca, em sua festa de aniversário: Foto: Reprodução

 

Representando Niterói, agentes da 81ª DP (Itaipu) apreenderam 865 pinos de cocaína. Segundo eles, houve uma intensa troca de tiros. Policiais civis do Pará e do Ceará também atuam na operação. As investigações revelaram a forte migração de lideranças criminosas daqueles estados para o Rio de Janeiro, sendo que a maioria delas está escondida no Complexo da Penha, que se tornou uma base operacional do Comando Vermelho.

Durante a operação, três ônibus foram incendiados em Cordovil, na Zona Norte do Rio. Os veículos foram atravessados na Estrada do Quitungo e na Praça 13 de junho e usados como barricadas para desmobilizar o efetivo policial. Bombeiros do quartel da Penha e a Polícia Militar foram acionados.
As chamas atingiram a fiação das ruas, e o combustível vazou para a calçada, onde um carro estava estacionado. De acordo com a RioÔnibus, são 117 ônibus incendiados só este ano.

 

Transportes

O transporte público foi severamente afetado. O consórcio RioÔnibus desviou sete linhas: 13 (Grotão-Praça Tiradentes); 621, 622, 623, 625 (Penha e Olaria-Saens Peña); 679 (Grotão-Méier); 721 (Vila Cruzeiro-Cascadura). Já o BRT Transcarioca suspendeu três linhas e fechou seis estações, retomando o serviço parcialmente por volta das 8h.  

 

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

 

Educação e saúde

A operação levou ao fechamento de 17 unidades escolares: 16 da rede municipal e uma estadual.

Postos de saúde da região também tiveram funcionamento prejudicado. A Clínica da Família Ana Maria Conceição dos Santos Correia, na Vila Kosmos, suspendeu atividades, enquanto a Aloysio Augusto Novis, na Penha Circular, interrompeu atendimentos seguindo protocolos de segurança.

E a Clínica da Família Zilda Arns, no Complexo do Alemão, mantinha o atendimento à população. Apenas as atividades externas realizadas no território, como as visitas domiciliares, estão suspensas.

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