Um dia, pelas colinas da Galileia, um jovem judeu, começou a se destacar. Mas como outros pensadores que mudaram o mundo, Jesus de Nazaré nada deixou por escrito, e os primeiros textos sobre ele foram produzidos só depois da sua morte. Nascia o Cristianismo.
E já nascia perseguido. Por se recusarem a cultuar os deuses oficiais, os cristãos foram considerados subversivos pelo Império Romano. Nesse clima de medo, os cristãos escreveram suas interpretações sobre Jesus, num novo gênero literário: o evangelho. A palavra vem do grego, EVANGÉLION, e significa boa-nova, uma narrativa religiosa totalmente diferente.
Surgiram os Evangelhos de Marcos, Mateus, Lucas e João para representar o pensamento de Jesus. Antes deles, já existiam as Cartas de Paulo e outros textos, mas tudo ainda no contexto do Oriente. Muitos outros textos escritos desapareceram. Naquela época, um livro era só um amontoado de papiros avulsos, facilmente perdido. Só no século 4º tomaram o formato um conjunto de folhas de couro encadernadas, semelhante aos nossos livros atuais.
Com a conversão do imperador Constantino, o eixo do cristianismo se deslocou do Oriente Médio para Roma. Daí, era preciso traduzir a Palavra de Deus para o latim. A missão coube a São Jerônimo, que viajou a Jerusalém no ano 406 para aprender hebraico e traduzir o Antigo e o Novo Testamento. O trabalho demorou 17 anos. Imaginem!
E aí, de novo, o texto foi copiado e recopiado à mão por monges. Graças a esse trabalho silencioso, a Bíblia chegou até nós, ganhou o mundo e as línguas, e continua um dos livros mais influentes do mundo. Todos os anos, são publicadas 11 milhões de cópias do texto integral, e 14 milhões só do Novo Testamento.
A Bíblia faz parte do patrimônio cultural da humanidade. É preciso conhecer.