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Quem assume a missão de assessor tem de contar sólida base de conhecimento e entender que se missão não subalterna, não é a dizer “amém”, mas ser a consciência interior do interlocutor, abrindo-lhe horizontes, num processo de crítica e de autocrítica.
Vamos fazer revelações de um fato significativo ocorrido no auge do regime militar e diante de uma questão tão relevante como o processo de escolha do governador de Estado. Se a decisão cabia apenas ao Presidente da República, este procurou dar uma imagem de equilíbrio ao seu grupo já escalado para ser o vencedor, disputando um jogo interno limitado à plateia vestida com a camisa da ARENA.
Vale ressaltar a existência de uma crise não institucional, despontada quando o Governador Paulo Torres, participante a FEB, com Castelo Branco, buscou dar um xeque-mate para engolir o "craque" integralista e Raymundo Padilha, candidato preferido pelo comandante de nossas forças na guerra contra o nazi-fascismo.
Para o combate civil de acesso ao Poder, outros pré-candidatos despontavam, credenciados por patentes militares: um marechal, generais, comandantes, coronéis e até capitães, com raros civis habilitados pela identificação com o regime implantado dois anos antes.
A ARENA foi o palco do combate. A sua presidência foi ocupada pelo deputado federal gonçalense e evangélico, Geremias de Mattos Fontes, para simbolizar a figura mediadora, mas a Etapa buscou valorizar esta posição, em meio a luta entre torristas e padilhistas.
Castelo que admitia a possibilidade da volta das eleições em 1965, promoveu seguidas reuniões e enviou emissários da direção da Arena Nacional ao Estado. Sem acordo possível, lavou as mãos: caberia ao Diretório Estadual, com 23 membros, indicar uma lista tríplice de nomes viáveis. (Continua)