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A Polícia Civil investiga a morte suspeita de um menino de 4 anos ocorrida no último domingo (9), no bairro Fonseca, Zona Norte de Niterói. Familiares suspeitam de agressão e maus-tratos por parte da mãe, que nega as acusações.
Parentes contaram aos agentes da 78ª DP (Fonseca) que Danillo da Conceição Duarte teria sido vítima de espancamento por parte da mãe. Eles afirmaram que há um histórico de agressões contra o menor. A reportagem do jornal A Tribuna entrou em contato com o pai da criança, mas ele não quis falar sobre o ocorrido.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, professores da escola onde a vítima estudava já haviam demonstrado preocupação com possíveis maus-tratos. Além disso, segundo o delegado Gabriel Poiava Martins, o Conselho Tutelar foi acionado em 2024, porque o menino estava com um olho machucado e apresentava alguns hematomas no braço.
Já a mãe e o padrasto da criança prestaram depoimento e contaram que Danillo sofreu uma convulsão e uma queda. Após realizarem massagens cardíacas no menor, eles conseguiram carona, de moto, para levá-lo ao hospital.
"Eu fiz lavagem nasal nele e quando o levantei, ele começou a tremer e convulsionar. Depois ele caiu para lado e eu o segurei para que ele não batesse com a cabeça no chão. E começou a sair sangue do nariz dele. Então, eu coloquei ele no chão, mas ele não estava mais acordado e nem respirando", explicou o padrasto, que estava com a vítima no momento do ocorrido.
"Eu saí correndo com o Danillo no braço. No meio do caminho, eu descendo o morro correndo, ele ainda abriu o olho e olhou para mim, apertou a minha mão e eu continuei correndo", complementou o motoboy.
Hematomas e declaração de óbito
Sobre os hematomas que a família afirmou que tinha no corpo da vítima, o casal também se defendeu da acusação. Eles negaram ter batido em Danillo e explicaram as marcas no corpo da criança.
"Não tinham hematomas no corpo dele. Se tivessem, seria constatado como agressão. Como ele já chegou no hospital sem pulso, pediram para nós esperarmos o IML, que emitiria um laudo com a causa da morte. A médica disse que ele estava com sangue no pulmão e broncoaspirou", explicou o padrasto.
"O Danillo não foi espancado. Eu jamais faria isso com o meu filho. Se o Danillo tivesse chegado ao hospital com marcas de espancamento, eu teria sido presa lá mesmo", se defendeu a mãe.
"Quem fez a declaração de óbito do Danillo veio explicar para a gente que ele não chegou com sinal de espancamento, mas que alguns coágulos de sangue ficam no corpo e vai aparecendo manchas, mas depois elas vão sumindo. Os órgãos dele estavam perfeitos", complementou a mãe.
A Secretaria Estadual de Saúde informou , através de nota, que o paciente deu entrada no Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal) com parada cardiorrespiratória e o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).
Investigação
De acordo com o delegado Gabriel Piava Martins, nenhum hipótese é descartada na investigação, incluindo morte natural ou por violência. A necropsia inicial não identificou sinais evidentes de violência recente, mas a Polícia Civil solicitou exames complementares para esclarecer a causa da morte.
"Não tem data para saírem os resultados dos exames", destacou o delegado.
O corpo do menino foi sepultado na terça-feira (11) no Cemitério do Maruí, no Barreto, em Niterói. O espaço do jornal A Tribuna segue aberto para que o pai e outros familiares que acusam a mãe da vítima possam dar a sua versão.
"Eu sempre levei ele para fazer consultas e tomar vacinas. Era uma criança doce e amada. Meu filho era uma criança especial. Muito carinhoso e aprendia as coisas muito rápido. Ele disse que era muito feliz conosco. Nós eramos muito apegados. Ele falava que ia ajudar a cuidar do irmão dele", afirmou a mãe.