Assinante
Entrar
Cadastre-se
Promover o turismo de Niterói, através da valorização do conjunto de obras arquitetônicas do Grupo Executivo Caminho Niemeyer e do seu entorno. Este é um dos principais objetivos do novo gestor do espaço, o músico e produtor cultural Fernando Brandão, que administrou, até o último dia 16, a Fundação de Artes de Niterói (FAN) - no lugar dele assumiu Micaela Costa, quadro do PT que coordenou o Sistema Nacional de Cultura do Ministério da Cultura.
Brandão atribui sua saída da FAN à "excelência do trabalho" realizado pelo seu time. "O prefeito Axel Grael quer que a gente replique isso no Caminho Niemeyer".
Brandão avalia que, além de ser um espaço de promoção do turismo da cidade, com um conjunto de obras arquitetônicas relevante do arquiteto Oscar Niemeyer, a atual perspectiva é que o Caminho, sob sua administração, atue “muito seriamente” no desenvolvimento econômico da cidade e, principalmente, “dos nossos artistas e produtores”.
Projetos
Em frente ao Caminho Niemeyer, há um modelo de ocupação, com prédios a serem erguidos, que fazem parte de um novo modelo de ocupação do centro de Niterói. Brandão acredita que “essas obras têm que dialogar com esse novo modelo”.
“Todo esse modelo de ocupação do entorno vai definir muito para que o Caminho trabalha, no sentido de unificar esses equipamentos culturais”.
Fernando Brandão quer cumprir o objetivo de aliar Cultura e Turismo, como vocação natural do Caminho Niemeyer. Neste sentido, ele acredita que a reforma da Concha Acústica, em São Domingos, realizada nos arredores do Caminho, é um ativo a mais, no incentivo da economia niteroiense.
Brandão destaca, também, os projetos anexos - dos templos religiosos da Nova Catedral e da Assembleia de Deus -, que são parte do escopo do Caminho Niemeyer. O gestor enfatiza a importância de se olhar para essas construções de forma integrada.
"A primeira coisa que temos de olhar é para todo o modelo de ocupação e todas as obras arquitetônicas que estão contidas, dentro do Caminho Niemeyer, independentemente da interação que cada uma delas tenha com a sociedade. O Teatro Popular; o complexo do Reserva Cultural; a Sala Nelson Pereira dos Santos; o Museu de Arte Contemporânea; a Catedral e a igreja evangélica. Todas têm identidades próprias, no sentido da ocupação sobre o que serve para o público e o cidadão niteroiense", disse o músico. Vale lembrar que todos os equipamentos do arquiteto Oscar Niemeyer, em Niterói, fazem parte do Caminho.
Para além da arquitetura, Fernando Brandão acredita que o Caminho Niemeyer tem de pensar que todo o conjunto arquitetônico estabelece uma interlocução entre si. Para ele, o grupo apresenta um modelo de ocupação e junção dessas obras para a sociedade.
“Esse é o papel do Caminho Niemeyer. Está muito relacionado ao plano turístico e de desenvolvimento econômico de cidade, numa relação integrada de políticas públicas, para que a gente consiga fazer essa integração, de todos esses sistemas, e também com um novo modelo de ocupação urbanística, que vem se desenvolvendo”, sublinhou.
Legado na FAN
Fernando Brandão avalia que o legado que ele deixa na FAN é de interação com os artistas de Niterói, através de um modelo descentralizador de recursos, em “vários territórios”.
“Potencializamos os coletivos locais. Continuamos também trabalhando na perspectiva de grandes eventos, mas integrando esses artistas a esses grandes eventos. Com certeza, esse é o maior legado que a gente deixa”, enumera.
Artista Legal
Um dos balanços positivos que Brandão faz de seu trabalho na FAN se refere à implementação de políticas públicas como Festival de Choro de Niterói; a Primeira Festa Literária Internacional; o Primeiro Foro de Acessibilidade Cultural e a implementação do “Artista Legal”: metodologia que facilita a aproximação do artista ao poder público.
“Não basta que, na gestão cultural, o poder público apenas lance o edital. É preciso criar uma aproximação entre quem precisa ser impactado por aquele edital e o poder público. É a relação direta, que simplifica para o artista, que muitas vezes está trabalhando, no cotidiano, preocupado com muitas questões, e não tem tempo de estudar a linguagem específica, pontual de um edital. O Artista Legal aproxima, cria um facilitador para que o artista possa fazer uso desse instrumento”, conclui.