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Niterói se mantém estável em casos de dengue
Apenas três casos foram confirmados no mês de janeiro. A TRIBUNA também ouviu as cidades de São Gonçalo e Maricá sobre a doença e quais suas medidas para evitá-la
Niterói se mantém estável em casos de dengue
Foto do autor Gabriel Ferreira Gabriel Ferreira
Por: Gabriel Ferreira Data da Publicação: 01 de fevereiro de 2024FacebookTwitterInstagram
Foto: Agência Brasil

De acordo com o Levantamento do índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), do Ministério da Saúde, o município de Niterói se manteve estável com relação aos casos de arboviroses. Durante o mês de janeiro, foram registrados apenas 3 casos da doença. 

Segundo a Prefeitura de Niterói, existe uma equipe de fiscais sanitários que atua exclusivamente em vistorias de imóveis abandonados, que são um risco para a proliferação dos vetores. Durante todo o ano, as equipes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) realizam o trabalho de rotina de prevenção e combate ao mosquito transmissor das arboviroses. A cobertura abrange 205 mil imóveis, com planejamento de visita pelos agentes a cada 2 meses.

Metodologia Wolbachia

Foto: Divulgação/ FioCruz

Em 2023, Niterói se tornou a primeira cidade brasileira com 100% do território coberto pelo método Wolbachia. No Brasil, ele é conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com financiamento do Ministério da Saúde, em parceria com os governos locais.

Em Niterói, o trabalho foi iniciado em 2015 com uma ação piloto em Jurujuba. Em 2017, começou uma expansão no município, e o método Wolbachia chegou a 33 bairros das regiões praias da Baía e Oceânica. Em 2021, dados revelaram a eficácia da proteção garantida pela Wolbachia. Os números apontam a redução de cerca de 70% dos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de zika nas áreas onde houve a intervenção entomológica. Naquele período, 75 % do território estava coberto.

A Wolbachia é um microrganismo presente em cerca de 60% dos insetos na natureza, mas ausente no Aedes aegypti. Uma vez inserida artificialmente em ovos de Aedes aegypti, a capacidade do Aedes transmitir o vírus da zika, chikungunya e febre amarela fica reduzida. Com a liberação de mosquitos com a Wolbachia, a tendência é que esses mosquitos se tornem predominante e diminua o número de casos associado a essas doenças.

Casos de dengue em São Gonçalo

A Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil de São Gonçalo informa que São Gonçalo contabilizou 109 notificações de casos de dengue, neste ano, até hoje, dia 30 de janeiro. Destes, 27 casos foram confirmados. Não há casos graves e nem óbitos.

O primeiro Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti (LIRAa) – metodologia que mostra a presença do mosquito vetor na cidade – realizado entre os dias 8 e 12 de janeiro deste ano, mostrou que a cidade está com médio risco de contaminação da dengue. Dos bairros inspecionados, 52 ficaram com baixo índice de infestação, 31 com médio risco e três bairros com alto índice (Ieda, Porto Novo e Palmeiras).

O levantamento apontou ainda que há casos confirmados da doença nos seguintes bairros: Alcântara, Boa Vista, Coelho, Gradim, Itaúna, Lagoinha, Largo da Ideia, Mutondo, Mútua, Nova Cidade, Pacheco, Porto do Rosa, Porto Novo, Rocha, Santa Catarina, Santa Isabel, Santa Luzia, Trindade, Vila Lage e Vista Alegre.

Foto: Divulgação/ Prefeitura de São Gonçalo

Semanalmente, a Prefeitura de São Gonçalo realiza ações de sanitização contra a proliferação do coronavírus e de pulverização de inseticida para o controle do mosquito Aedes aegypti – transmissor da dengue, zika e chikungunya. Tanto a sanitização quanto a pulverização de inseticida são de prevenção.

Os locais de aplicação – tanto do inseticida quanto da sanitização – são definidos pelo Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental com base nos casos notificados pelo setor de Vigilância Epidemiológica, que aponta os locais com maiores notificações das doenças. As ações acontecem em todos os dias úteis da semana, com exceção de feriados, pontos facultativos e dias chuvosos. 

A Vigilância Ambiental mantém um trabalho de pronto-atendimento. Qualquer cidadão pode ligar para o setor e pedir uma visita nos casos de infestação de qualquer vetor. Os pedidos são atendidos, em média, em uma semana. Nesses casos, os agentes averiguam a denúncia e realizam a ação necessária para acabar com os vetores. As denúncias podem ser feitas pelo telefone da Vigilância Ambiental (21) 3195-5198, ramal 1008 ou da Coordenação de Vetores (21) 2604-6446.

Foto: Divulgação/ Prefeitura de São Gonçalo

Maricá

Em Maricá, a Secretaria Municipal de Saúde, informou que no último mês foram registrados 35 casos da doença, até o momento, mas sem óbitos. De acordo com o último Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), o município segue com risco baixo para a doença e os bairros com maiores concentrações são: Centro, São José, Inoã e Itaipuaçu. Não há registros de casos graves.

A Vigilância Ambiental de Maricá segue realizando um trabalho intenso de rotina de prevenção e combate ao mosquito Aedes Aegypti em toda a cidade. Agentes de combate às endemias realizam fiscalização e vistorias das casas em todas as regiões, combatendo possíveis focos do mosquito e orientando a população. Em 2023, os agentes vistoriaram mais de 80% dos imóveis da cidade, ultrapassando a meta definida pelo Estado.

Casos de dengue no Brasil

Foto: Agência Brasil

Em todo o território nacional, devem ser registrados cerca de 1.960.460 casos de dengue ao longo de 2024. Nas quatro primeiras semanas do ano, o país já contabiliza um acumulado de 217.841 casos prováveis da doença. Há ainda 15 mortes confirmadas e 149 em investigação.

A distribuição da vacina contra a dengue para os 521 municípios brasileiros selecionados pode começar na segunda semana de fevereiro. Ainda há previsão do imunizante para as cidades do Leste Fluminense, incluindo Niterói e São Gonçalo.

Vale lembrar que os moradores devem evitar qualquer acúmulo de água por menor que seja, fazendo a revisão nos quintais, calhas e depósitos de água em geral sem vedação.

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