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Niterói. Entre a vasta gama de modalidades praticadas em nossa cidade, destaca-se um clube prestes a completar o seu jubileu de ouro. Fundado em 1973, por dissidentes do Rio Cricket e alunos do Centro Educacional de Niterói e do Liceu Nilo Peçanha, o Niterói Rugby é um dos clubes mais expressivos do Brasil em sua categoria e se mantém vivo 50 anos depois, levando o nome de um esporte não muito difundido no Brasil.
“Um esporte de brutos jogado por cavalheiros.” É assim que os praticantes definem o rugby.
O atual presidente do clube, Fernando Barcellos, mais conhecido como Coruja, conta um pouco como foram os primórdios do ‘Nikity’.
“Na década de 1970, existiu uma geração de atletas que despontava no cenário esportivo em Niterói, sobretudo no âmbito educacional, que passou a nutrir especial interesse por um esporte de origem inglesa até então pouco difundido na cidade, chamado rugby”, comenta o presidente.
Liderados por Colin Turnbull, filho de escocês com brasileira, esses jovens passaram a frequentar o Rio Cricket, onde já existiam alguns outros sócios e atletas do esporte. O rugby foi atraindo cada vez mais adeptos, em especial os alunos do Centro Educacional de Niterói.
Ainda no Rio Cricket se reuniram para semear a ideia de uma nova agremiação, focada nos interesses de seus atletas. Em 10 de dezembro de 1973, enfim, foi fundado o Niterói Rugby Football Club.
“Junte a força do esporte às regras muito claras e fortemente respeitada pelos seus atletas à uma filosofia de respeito ao adversário e de total confraternização no pós-jogo e você terá o rugby”, diz Coruja, de maneira apaixonada.//
Em pouco tempo, o clube se tornou um dos principais expoentes do Brasil na categoria. Foi hexacampeão brasileiro, nos anos de 1976, 1979, 1983, 1984, 1986 e 1990. Além disso, foram vice-campeões nacionais em 12 oportunidades.
Além do rugby, que é o esporte originário do clube, o “Golfinho” também passou a praticar o handebol na década de 80.
“É um clube que, embora ainda não tenha uma sede, reúne a nata de um esporte que, futuramente, se tornará olímpico, assim como o handebol de praia.”, disse Coruja.
Durante as quase três décadas como atleta (começou aos 13 e jogou até os 40), Fernando conta que viveu grandes momentos, como o pentacampeonato brasileiro e os 17 anos de convocação para a seleção brasileira. Porém, o atual presidente relembra que nem tudo são boas lembranças.
“A década de 90 foi um período realmente difícil pro clube. Três grandes atletas faleceram em quatro meses. Eles eram a base da seleção brasileira e tinham funções administrativas no Niterói Rugby. Sem levantar uma taça desde 1990, só em 2004 voltamos a ganhar um título nacional, a Copa Brasil de Rugby”, relembra Fernando.
O presidente destaca que uma das funções do Niterói Rugby também divulgar a cidade por onde o clube passa
“O nosso time tem o nome da cidade. Então o clube sempre representou Niterói, levando esse sentimento e esse orgulho que a gente tem pela cidade”, afirma Coruja.
O clube feminino é o único do Brasil a ter três títulos brasileiros na modalidade seven-a-side, que é uma categoria mais enxuta e como se joga nas Olimpíadas.
O aniversário é só dia 10 de dezembro, mas as comemorações já começam nesta semana. No sábado (2) ocorre a festa para comemorar o cinquentenário do clube, na Quinta do Parque, com shows da banda Rainha da Noite e de Paulinho Guitarra.
Dando sequência às comemorações dos 50 anos desde sua criação, o Niterói Rugby, com o apoio da Prefeitura de Niterói, preparou um livro contando suas cinco décadas de história. Um guia sobre um dos times mais tradicionais da cidade, que já está em fase avançada de produção e deve ser lançado no ano que vem.
50 anos já foram. Olhando para o futuro, Fernando busca continuar o trabalho de muita garra e dedicação que trouxe o clube até aqui, sempre buscando crescer e melhorar.
“Continuar com muita dedicação. Valorizar o compromisso dos atletas, que batalham muito. Buscar dar uma condição melhor para os profissionais do clube que, em sua maioria, trabalham de forma voluntária, em prol do clube. E sempre buscar que Niterói tenha orgulho de nós.” Finaliza Fernando Coruja.
Com Pedro Menezes
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