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A gravidade da situação da cidade, aberta a grandes transtornos gerados por calamidades naturais e falta de planejamento para ações de socorro, está indicando a necessidade de avaliação dos dramas vividos após o entardecer de sexta-feira, dia seis, decorrentes das intensas chuvas, de pouca duração, agravadas por fontes ventanias em algumas partes do seu território.
O quadro de calamidade teve três vilões principais: árvores que já apresentavam sinais de riscos de tombamento, o inseguro "paliteiro de postes" com excesso de fiação inútil e a precariedade dos bueiros e a consequente insuficiência das redes de escoamento de águas pluviais.
A população sentiu a fraqueza dos inúmeros órgãos públicos que deveriam estar preparados para ações conjuntas de socorro emergencial.
A concessionária também entra no rol da ineficiência, pois à qualquer chuvinha sofre abalos sem demonstrar rapidez na execução de reparos. Foi típico o fato ocorrido dias antes, quando moradores ficaram quatro dias sem energia, só restabelecida quando a Policia Militar obrigou um caminhão da concessionária a se fazer presente e logo regularizar a situação.
Na área de importantes serviços públicos como a Policlínica Carlos Antonio da Silva são constantes as suspensões do fornecimento. A empresa atribui a culpa à localização de equipamentos no meio de uma comunidade carente, de "difícil penetração".
Em mais de 30 edifícios, entre o Centro, Ingá e São Domingos, moradores ficaram no escuro, embora ali existam "espigões" de até19 andares. Nem mesmo os "porteiros eletrônicos" funcionavam.
TRÁFEGO DIFICIL
A Prefeitura conta com forte aparato de agentes de trânsito, veículos rebocadores de carros mal estacionados, "guardadores" atuantes nas vias pública, para efeito de cobrança pelo estacionamento em vias públicos, além das estruturas da Guarda Municipal do Niterói Presente e "vigilantes ambientais".
Foi quase imperceptível a presença desses servidores públicos no ordenamento do tráfego. E isto de fazia necessário para permitir o escoamento de veículos em vias alternativas com sinalização de emergência.
POUCAS SAÍDAS
O traçado das ruas e a definição de mãos e interligações impõem a presença planejada dos agentes de trânsito.
Quem sai de Icaraí com destino ao centro ou ao Gragoatá só conta com uma via de acesso: a São Sebastião, mas era grande a retenção do tráfego, junto ao Shopping. A saída seria buscar a rua Andrade Neves, mas ela estava bloqueada por uma grande árvore tombada. Tudo parou e gerou reflexos.
A situação poderia ser invertida com o deslocamento no sentido do Rinque, com acesso pela rua Almirante Teffé que estava sem tráfego no sentido da Andrade Neves ou pela rua Padre Anchieta,
Já para quem se dirigia a Icaraí, perdeu todos acessos com o bloqueio da rua Hernani de Mello, interdição desnecessária da via defronte à Enel e obstrução dos acessos junto à Praça de São Domingos.
PRIMARISMO NO TRÂNSITO
A Prefeitura orgulha-se de contar com centenas de câmeras para saber o que está acontecendo em dada trecho, além de um Centro de Operacionalização.
Mas não há a mobilização para planejar soluções emergenciais com mobilidade para as equipes à pé ou motorizadas .
Nota zero para a "inteligência aplicada ao tráfego".
Para que servem os sistemas de rádios e de celulares conduzidos por agentes de trânsito e guardas municipais?
A Secretaria de Urbanismo também contribui para a desordem no tráfego.
Deveria manter aberta a "Via 100", nos limites do "campus" da UFF e da área urbana. Ali há bloqueio para favorecer um estacionamento privado.
Com tanta ajuda à UFF, a Secretaria deveria promover um acordo para permitir à população usar toda a orla dominada pela UFF, com prejuízo para toda a população, além da própria comunidade universitária, que tem difícil acesso ao Centro e ao Gragoatá.
Vereadores chancelam incentivo ao Carnaval de Niterói
Na sessão plenária de ontem, os vereadores de Niterói aprovaram, em segunda discussão – definitivamente – (15 votos a favor e um, contra), com emendas, a Mensagem Executiva 22/2023, da Prefeitura de Niterói. A matéria trata do incentivo financeiro ao Carnaval do município; mais especificamente às escolas de samba.
O investimento total previsto para o setor, só para 2024, é de mais de R$ 13 milhões. A matéria prevê incentivos até 2026. O projeto de lei da prefeitura ressalta a importância da festa, um “importante propulsor da economia, do turismo, da cultura e também da história”, enumera o texto, assinado pelo prefeito Axel Grael (PDT).