Superstição. A mais subjetiva das métricas quantitativas. Como se mede superstição? O quão o uso de determinada roupa, ou ficar em determinado lugar impacta de fato no resultado de um jogo? A resposta racional é que não tem nenhum ou quase nenhum impacto, mas vai falar isso para o torcedor.

Neste sábado (30), o Botafogo disputa sua primeira final de Libertadores. Mas além das disputas táticas e técnicas, o Glorioso terá pela frente um tabu de mais de 25 anos pela frente.

Como teve uma campanha pior que a do Atlético-MG e pelo fato de ambas as equipes usarem camisas com listras verticais pretas e brancas, o Botafogo terá que usar o seu segundo uniforme, camisa e calção brancos, na final da Libertadores. Um time que joga com seu segundo uniforme não conquista o troféu mais cobiçado do continente desde 1998.

Na ocasião, o Vasco levou a melhor contra o Barcelona de Guayaquil usando sua camisa branca que, por estatuto, é a segunda do clube. Porém, para muitos, a camisa branca é a principal do Gigante do Colina, a mais utilizada e a mais lembrada, principalmente desde a década de 90. Em 1994, 30 anos atrás, o Vélez foi campeão usando sua camisa azul, que, de fato, não é a mais tradicional do clube.

Ou seja, caso levante o troféu, o Botafogo será o primeiro clube neste século a ser campeão sem o seu uniforme tradicional.

Não é como se essa estática tivesse uma amostragem gigante, suficiente para se criar um padrão, uma vez que nem sempre é preciso usar o segundo uniforme na final. Neste século, apenas seis vezes foi necessário a utilização de uma camisa alternativa, Athetico-PR (2022), Flamengo (2021), Santos (2020), Independiente Del Valle (2016), Chivas (2010), Cruz Azul (2001).

Além disso, há uma explicação técnica para isso. O time que tem melhor campanha podendo escolher o uniforme da final e, na maioria das vezes, o time com melhor campanha é, de fato, o melhor time. Mas, ainda sim, para os supersticiosos, o título do Botafogo passa por mais uma quebra de tabu.

Um outro tabu, mas em menor escala, será vencer com a cor escolhida pelo Botafogo. Um time que joga com um uniforme predominantemente branco não é campeão desde 2018, quando o River Plate bateu o Boca Juniors usando sua tradicional camisa branca com a listra transversal vermelha.