Mudanças no cérebro marcam crescimento da Doença de Parkinson
Cientistas australianos descobrem forma eficaz de diagnóstico precoce
Mudanças no cérebro marcam crescimento da Doença de Parkinson
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Por: Redação Data da Publicação: 21 de Outubro de 2023FacebookTwitterInstagram
Foto: Tony Winston/Agência Saúde DF

Movimentos não intencionais ou incontroláveis; tremores; rigidez e dificuldade de equilíbrio; alterações mentais e comportamentais. Em todo o Brasil, pelo menos 300 mil pessoas já começaram, em algum momento da vida, a sentir os primeiros sintomas da Doença de Parkinson. Agora, o diagnóstico da enfermidade pode se dar de maneira ainda mais preventiva e eficaz. Uma reportagem do jornal britânico The Guardian destacou, em 10 de outubro, que pesquisadores australianos do Florey Institute e da Austin Health, da cidade de Melbourne, desenvolveram uma forma de descobrir mudanças no cérebro que marcam o progresso da doença, anos antes do aparecimento dos primeiros indícios.  

O procedimento científico se dá através da injeção de um composto sintético, conhecido como 18F-AV-133, que é projetado para se conectar a uma proteína no cérebro, conhecida como VMAT2. As evidências apontam que a deficiência da VMAT2, essencial para a regulação dos neurotransmissores, está ligada à Doença de Parkinson. Neste sentido, o composto se concentra em áreas do cérebro onde o VMAT2 está ativo. Assim, é possível aos investigadores realizar um PET scan para capturar imagens que mostram a força e as áreas de atividade do VMAT2 no cérebro, criando um biomarcador de imagem.

O estudo foi realizado com 26 pacientes com Parkinson; além de um grupo de controle de 12 pessoas e outras 11, que apresentam distúrbio comportamental do sono, conhecido como Movimento Rápido dos Olhos: um dos indicadores importantes da doença. Cada pessoa fez dois exames PET scan, com dois anos de intervalo.

Os exames mostraram perda neuronal significativa, em três regiões-chave do cérebro, em indivíduos com doença de Parkinson, e numa área-chave do cérebro, naqueles com distúrbio do sono, sugerindo que o F-AV-133 é um meio mais sensível de acompanhamento científico.  

As descobertas foram publicadas na revista internacional Neurology, no início de outubro.

Especialistas destacam que a doença, muito comum em todo o mundo, afeta cerca de 1% das pessoas que têm mais de 60 anos. O principal pesquisador do estudo australiano, professor Kevin Barnham, aponta que, apesar de muitas pessoas considerarem o Parkinson, muitas vezes, como uma “doença de velhice”, ela começa, na verdade, na meia-idade, e pode passar despercebida por décadas.

Ele ressalta ainda que a enfermidade é difícil de ser diagnosticada, até o momento em que os sintomas sejam óbvios: quando 85% dos neurônios do cérebro, responsáveis por controlar a coordenação motora, já foram destruídos.

Ainda de acordo com o professor, o objetivo da pesquisa é, a longo prazo, detectar a doença muito mais precocemente, a ponto de tratar as pessoas, antes que a deterioração seja de fato causada no corpo humano.

Doença crônica e progressiva, o mal de Parkinson se deve à perda de neurônios do sistema nervoso central. A causa, entretanto, ainda é desconhecida no meio cientifico de todo o mundo. Mas alguns especialistas creem que fatores genéticos e ambientais podem contribuir para o surgimento da enfermidade.
Fisioterapia

Uma das formas de amenizar as limitações decorrentes da Doença de Parkinson é a fisioterapia.

A Universidade Federal do Rio de Janeiro realizou um estudo recente, com pacientes em atendimento fisioterapêutico no hospital universitário, que atende pacientes de todo o estado do Rio.

O objetivo foi traçar o perfil e avaliar a funcionalidade, a incapacidade e a qualidade de vida de uma amostra de pacientes com Parkinson, “em atendimento fisioterapêutico, num hospital universitário no Rio”.

A pesquisa concluiu que a maioria deles são homens, que apresentaram risco de quedas diminuído, bom estado cognitivo e emocional, com “qualidade de vida moderada” e pouca dificuldade para marchar.

De acordo com a universidade, os dados obtidos pelo estudo servirão de orientação para se implementar medidas fisioterapêuticas voltadas para aqueles pacientes, além de orientações para “uma política de saúde mais efetiva e para a orientação de profissionais, na busca de atendimento mais eficaz”.

Neste link, você pode saber como se tem acesso a medicamentos especializados – incluindo os da Doença de Parkinson -, no estado do Rio de Janeiro.

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