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Morreu nesta sexta-feira (8), aos 66 anos, o sambista Arlindo Cruz, um dos maiores artistas do nosso país. Ele, que desde 2017 sofria complicações de um AVC, estava internado no hospital Barra D'Or, na Zona Oeste do Rio.
Arlindo sofreu um acidente vascular cerebral hemorrágico em março de 2017, depois de passar mal em casa, e ficou quase um ano e meio internado. Desde então, ele lidava com as sequelas da doença e passou por várias internações. Em julho deste ano, o cantor parou de responder aos estímulos e não apresentava mais avanços, mesmo após seguintes cirurgias. Além disso, o sambista também era portador de uma doença autoimune e precisava usar uma sonda alimentar.
A carreira dele foi marcada por diversos sucessos musicais como Meu Lugar, O Bem, Será Que É Amor e O Show Tem Que Continuar.
Nascido no Rio de Janeiro em 14 de setembro de 1958, Arlindo Domingos da Cruz Filho era um dos cantores de samba mais conhecidos no Brasil. Arlindo Cruz iniciou a carreira em 1981, com participações em rodas de samba do Cacique de Ramos, ao lado de artistas como Jorge Aragão e Almir Guineto, no Rio de Janeiro. Os primeiros sucessos vieram como compositor, tendo músicas gravadas por diversos artistas na década de 1990. Na mesma época, passou a cantar as próprias composições e ficou ainda mais conhecido quando entrou para o grupo Fundo de Quintal.
Segundo o site oficial do sambista, Arlindo Cruz tem mais de 550 músicas gravadas por vários artistas. Nos anos 90, ele se dedicou ainda às eliminatórias de sambas enredos do Império Serrano, sua escola de coração.
A primeira vitória do compositor com um enredo na agremiação foi em 1996, no enredo “E verás que um filho teu não foge à luta”. Emplacou ainda um samba também no carnaval seguinte, em 1999. Depois, também teve sambas escolhidos em 2001, 2003, 2006 e 2007. Ele foi enredo da escola em 2023. No carnaval, ele ainda foi enredo da X-9 Paulistana, no carnaval de São Paulo em 2019.
Tal como na letra de um dos seus versos mais famosos, chegamos ao fim, tá doendo sim! Arlindo viveu intensamente mas a vida chegou ao fim. O show tem que continuar. Na terra acabou, mas para Arlindo, o show segue no céu e seus sucessos e obra serão eternos.