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Morreu neste sábado (8) aos 94 anos a economista Maria da Conceição Tavares, em Nova Friburgo. A causa da morte não foi divulgada.
Nascida em Aveiro, Portugal, era brasileira naturalizada. Sua mãe era católica, e seu pai, um anarquista que abrigou refugiados da Guerra Civil Espanhola, em plena era Salazar.
Em 1957, adotou a cidadania brasileira. No ano seguinte, tornou-se Analista Matemática do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), onde trabalhou até 1960. Entre 1958 e 1960 ela foi também membro do Grupo Executivo de Indústria Mecânica Pesada (Geimape), um dos grupos executivos surgidos durante o governo do presidente Juscelino Kubitschek.
Seu trabalho sofreu influência de três outros economistas brasileiros: Celso Furtado, Caio Prado Jr. e Ignácio Rangel, que a despertou para as questões relacionadas ao capital financeiro.
Maria da Conceição escreveu centenas de artigos e vários livros, destacando-se Auge e Declínio do Processo de Substituição de Importações no Brasil – Da Substituição de Importações ao Capitalismo Financeiro, de 1972.
Nos anos 1980, Maria da Conceição Tavares era um dos principais nomes da assessoria econômica PMDB e lecionava no Instituto de Economia da Unicamp, onde ela ajudara a implantar os cursos de mestrado e doutorado do departamento.
Ela também foi deputada federal pelo estado do Rio de Janeiro entre 1995 e 1999, e escreveu diversos livros sobre desenvolvimento econômico.
Na eleição presidencial de 2010, Maria da Conceição Tavares viu dois ex-alunos seus chegarem ao segundo turno; mesmo amiga pessoal de José Serra, avisou-o que votaria em Dilma Rousseff.
Em setembro de 2018, foi lançado um documentário sobre sua vida, dirigido por José Mariani, com a duração de 75 minutos.