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Quem mora em Muriqui, em Pendotiba, bairro que integra uma área de preservação ambiental, em Niterói, enfrenta sérios problemas, entre eles, a falta de pavimentação que assola a vida dos inúmeros moradores que vivem na região. A TRIBUNA esteve no local e acompanhou a situação de perto.
“O nosso problema aqui é o descaso, é essa buraqueira que vocês estão vendo que a gente é obrigado a passar e infelizmente não temos o apoio da Secretaria de Conservação que é a responsável por todo esse serviço. Aqui na região temos pessoas que andam a pé e imagina a situação dela quando chove, não tem como passar aqui, a rua fica toda entulhada de lama. E isso é o ano todo, e agora gostaríamos de chamar a atenção do prefeito para que ele possa vir aqui e ver a situação de perto”, relatou o aposentado Sérgio Rocha.
O empresário Gabriel Pereira, que também é morador de Muriqui, e já reclamou oficialmente em vários órgãos da prefeitura.
“Queremos uma solução do prefeito, quem sabe até a presença dele aqui para que ele possa dialogar e trazer uma solução para gente e destravar aquilo que está travado. Inclusive chegamos até protocolar em secretarias do município, inclusive do gabinete dele, para que o nosso problema fosse solucionado, pois o IPTU que pagamos aqui não é barato. Eu, por exemplo, pago quase R$ 9 mil reais de IPTU em uma casa. E essa é a situação que, estamos aqui pisando na lama e infelizmente não sabemos mais a quem recorrer. Não há carro e não há bicicleta que aguente essa buraqueira”, ressaltou.
Gabriel diz ainda que as revitalizações do local estavam previstas para entrar na Lei Orçamentária Anual (LOA) do próximo ano. “O secretário de obras esteve aqui no mês de abril e prometeu que as obras entrariam na LOA de 2024. Na ocasião, ele explicou que a Prefeitura dependia de uma autorização do INEA e no momento, eles estavam autorizados somente a realizar uma capa com material especifico e uma meia calha para direcionar para a água que saia das ruas da região. A única obra que foi feita é a da calha, que ainda foi inserida na direção contrária, fazendo com que a rua permanecesse esburacada”, completou.
Sérgio também disse a nossa reportagem que devido a buraqueira na região, serviços de aplicativos de viagens e de comidas tem deixado de ir ao local. “Boa parte da população de Muriqui é idosa. Tinha um senhor recém-operado que morava aqui e agora está tendo que passar a recuperação na casa dos seus parentes lá no Rio, porque a pessoa que passar mal aqui e tiver que ser levada ao hospital, infelizmente vai acabar não resistindo. Os serviços de aplicativo, por exemplo, já deixaram de entregar aqui no Muriqui Pequeno e no Muriqui Grande. Com isso, temos que descer esse pedaço todo e receber as encomendas lá embaixo perto do DPO. É um descaso”, afirmou.
Fortes chuvas:
Ao procurar a reportagem de A TRIBUNA, os moradores enviaram registros das fortes chuvas que atingiram a região. Na ocasião, eles contaram que vários veículos atolaram na lama. “Toda vez que chove muito, essa rua acaba vira um caos. A Prefeitura não realiza um trabalho definitivo, sempre paliativos. Fora que quando eles realizam esses serviços, o entulho fica aqui no entorno da rua”, disse Sérgio.
O que dizem INEA e a Prefeitura de Niterói?
Procurada, a Prefeitura de Niterói informou que o bairro faz parte de uma Área de Preservação Ambiental, e que qualquer projeto para o local precisaria da aprovação do Instituto Estadual do Ambiente (INEA). Informa que o projeto inicial está em fase de captação de recursos na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024. Após esta fase, será licitado /contratado o projeto final, que será submetido ao INEA.
Já o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) informou que a área em questão fica situada na Zona de Amortecimento do Parque Estadual da Serra da Tiririca e inserida em uma Área de Proteção Ambiental de gestão municipal. No momento, o órgão ambiental estadual aguarda a Prefeitura de Niterói dar ciência do licenciamento do projeto.
O Inea reiterou ainda que, caso o projeto apresente construção dentro da área do Parque Estadual da Serra da Tiririca, o licenciamento deverá ser conduzido pelo órgão estadual.