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O feriado da Independência, neste domingo (7), foi marcado por manifestações em várias cidades do país. Os protestos tiveram como bandeira central a defesa de anistia para os condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 e também para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar. Sob o lema “Reaja, Brasil”, apoiadores vestiram verde e amarelo, exibiram bandeiras do Brasil, de Israel e dos Estados Unidos e entoaram palavras de ordem contra o Supremo Tribunal Federal (STF).
Na Avenida Paulista, em São Paulo, milhares de pessoas participaram do ato convocado pelo pastor Silas Malafaia. Uma bandeira gigante dos Estados Unidos foi estendida na altura do Masp e cartazes em inglês pediam intervenção do ex-presidente Donald Trump em favor de Bolsonaro. Lideranças políticas estiveram presentes, como o governador Tarcísio de Freitas, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
No Rio de Janeiro, o palco das manifestações foi Copacabana. Entre os discursos no carro de som, estiveram o senador Flávio Bolsonaro, o governador Cláudio Castro e o deputado Alexandre Ramagem. Os manifestantes levaram faixas contra o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo que pode condenar o ex-presidente por tentativa de golpe de Estado.
As manifestações também ocorreram em cidades como Brasília, Goiânia, São Luís, Maceió, Uberlândia e Juiz de Fora. Em comum, os pedidos de “anistia já”, “fora Moraes” e críticas ao presidente Lula. Em algumas localidades, os atos assumiram forma de carreatas e motociatas, enquanto em outras houve concentração em praças e orlas.
Em Goiânia, por exemplo, o evento chamado “Reaja, Goiânia” reuniu parlamentares do PL e apoiadores com bandeiras e cartazes em defesa da pauta conservadora. Já em São Luís, houve motociata com forte presença de bandeiras estrangeiras.
No Centro de São Paulo, movimentos progressistas organizaram um protesto em resposta, que reuniu cerca de 8,8 mil pessoas, segundo monitoramento do Cebrap e da USP. Os participantes defenderam a democracia e criticaram as tentativas de anistia.
Enquanto as ruas foram tomadas por manifestações, o mundo político aguarda a conclusão do julgamento no STF que pode condenar Bolsonaro a até 43 anos de prisão. Paralelamente, cresce a pressão de parlamentares bolsonaristas para que a Câmara vote um projeto de anistia. O governo Lula, por outro lado, se posiciona contra qualquer iniciativa nesse sentido.